quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma visita de amor

Uma visita de amor.

Após longa espera, a família fica ansiosa pelo dia da visita, e, na ânsia de agradar, termina enfiando os pés pelas mãos, contrariando normas e propósitos, e não absorvendo tudo de bom que este dia oferece.

A visita é para que a mãe e o pai melhorem o relacionamento com o filho, iniciem um diálogo, aprendam a conversar entre si, aprendam a respeitar as idéias um do outro e principalmente aceitem suas falhas, afinal, ninguém é perfeito, mas o ato de tentar aceitar deve contar como crédito.

A internação é um reaprendizado. Família e recuperando têm muito o que aprender, e é bonito e saudável reaprender, quando o coração está aberto para tal ato, e reaprender é  também reconhecer que o recuperando “está tentando”.

A recuperação não acontece com o isolamento, nem com a terapia ocupacional. A recuperação acontece com o auto-conhecimento, com a desintoxicação principalmente da mente, posteriormente do corpo, e com a certeza da presença de Deus em sua vida. Isto vale também para a família, porém, muitas vezes, é mais difícil a desintoxicação familiar, porque o dependente já tem conhecimento que precisa desintoxicar, limpar seu corpo e sua mente... A família não.

O dia da visita foi criado não para expor o interno, como numa vitrine, para o restante dos parentes.: ¨Olhe como ele está bonito, gordinho...¨ Já se foi o tempo das historinhas de Joãozinho e Maria... O dia da visita foi criado para que interno e família crie novos laços, mais saudáveis, mais carinhosos, com mais diálogos, mais conhecimentos de ambas as partes. E isto ocorre quando há privacidade.


Quando se fala em mais carinho não significa mais presentes, mais comida, mais tênis, mais roupa bonita, e sim de mais AMOR...

No dia da visita, não perca tempo com materialismos, aproveite o tempo para conhecer o íntimo do seu filho, e dar abertura para que ele também lhe conheça, pois o afastamento do passado é passado, você só tem o hoje para viver, então aproveite-o. Às vezes um cafuné, um colinho  e um sorriso transmite uma mensagem de amor maior que a frase “Estamos torcendo por você”... Ou “ Eu sabia que você ia conseguir...”  Como sabia, se ele mal começou a caminhada?

Mãe, não chegue estressada porque está cansada por ter acordado de madrugada pra fazer aquela lasanha gostosa, aquele vatapá de “tirar o chapéu”... Às vezes ele realmente gostaria de almoçar uma comida gostosa, mas uma família em harmonia supera qualquer paladar, sendo harmoniosa, afinal, quando os jovens saem à noite não curtem um X-Salada, um Hamburguer, um Sanduichão??? Então? Porque gastar uma fortuna numa lasanha, pra levar sacolejando pra lá e pra cá? Pra lembrar do quê?

A palavra mágica é recomeço, é reaprendizado, é auto-conhecimento, e para isto nunca será necessário um batalhão na visita, quanto menos pessoa melhor, porque para isto não será necessário testemunhas, simplesmente dar os primeiros passos...


1º. Deixe as más notícias pelo lado de fora do portão.

Você deverá ser mensageiro(a) de esperanças, não de intrigas.
As más notícias irão ajudar seu filho em quê? Como ele poderá resolver problemas, se ele próprio, por enquanto, ainda é uma incógnita? Você não se acha auto-suficiente pra dar um “jeitinho brasileiro” na situação? Família guerreira é aquela que procura sempre o caminho mais produtivo para o resgate ao seu filho.


2º. Tranque o pessimismo e o mau humor numa caixinha bem resistente.
Quando o pessimismo tentar sair, dê uma gargalhada, isto o inibirá e o forçará a ficar trancado.
O mau humor é uma péssima companhia para ti e para os outros, além de torná-la(o) um(a) chato(a) e te dá uma úlcera danada. Faça do bom humor seu cartão de visitas e viva melhor.


3º. Seu umbigo neste dia não foi destinado a dirigir fogão ou pia.
Este dia é para você voltar a ligar-se ao filho pelo cordão umbilical. Sente-se e deixe-o deitar no seu colo. É hora do cafuné e do diálogo.
O tempo da visita é tão curto, então porque perder tempo dirigindo fogão??? Vá curtir seu filhão... Vá enchê-lo de beijos e abraços...


4º. Não tenha vergonha mostrar que você é.
Não se envergonhe de dizer pro seu filho que não sabe como iniciar uma conversa amigável com ele, mas que aceita sugestão. Simplicidade e verdade são componentes homogêneos básicos para tal prática.
Se ambos também quiserem curtir o silêncio coletivo nada impede, desde que a sintonia de carinho esteja entre vocês. O importante não são as palavras, e sim o sentimento que os liga.


5º. Aprenda uma matemática diferente.: 
                                   
Reaprendizado = 8 horas por dia (dividido) por 2 visitantes (igual) 4 horas para cada hum (pai/mãe).

Para quem teve uma vida inteira e conheceu tão pouco de si e do filho, 4 horas é muito pouco, e se dividir com 5 pessoas (limite por visita), resta somente uma hora e meia em média para cada visitante.


6º. Aprenda a sonhar
Após trancos e barrancos, é hora de sonhar, planejar, ter esperanças para o futuro, e um sonho é bom quando é partilhado. Partilhe seus sonhos com o filho, o marido, a família. Sonhar não é pecado, porém sonhe dentro das possibilidades de realização.
Quando sonhamos tornamos nossa dor mais amena, porque há esperança de dias melhores, de um futuro mais promissor.


7º. Mostre que também está caminhando.
Comunique ao seu filho os seus progressos na caminhada, isto dará mais confiança a ambos, pois ele sabendo que uma nova realidade o espera aqui fora, fortalecerá seu intuito de prosseguir na caminhada. Quando a família não muda, o recuperando tem medo de encarar o mundo aqui fora, pois sabe que suas bases familiares estão frágeis, não lhe dando sustentação emocional.




A visita observada por uma terceira dimensão.

Mais parece uma revoada de colibris. Ajeitam a jaqueta, o boné com a aba pra frente já não está bem, será que o cabelo está assanhado o suficiente  pra ficar legal?
Os anos não parecem ter passado pra esses jovens que esperam suas famílias. São crianças, tal qual o meu foi um dia, alegria incontida pela expectativa da chegada, a chegada da sua família, e brincam, empurram, saltitam e tudo vira uma farra saudável.

A síndrome da manada, formação em  ¨L¨  em frente ao portão da Fazenda da Esperança, como se fosse uma coreografia ensaiada, mas são somente vontades comunitárias idênticas, sonhos parecidos, objetivos de coletividade, como se a proximidade de um emprestasse forças ao outro. Ansiedade misturada com alegria e saudade

Esta espera me fez lembrar de muitas outras esperas.: 22:00hs, 23:00hs, meia-noite, duas da manha... e cadê o filho? Pais em angustia e filhos na droga... E hoje uma espera... 9:00hs, 10:00hs, 11:00hs... Não são os pais que esperam, são os filhos... E não com angustia, mas com saudades, não com medo, mas com alegria...   Este é um reverso da espera... 

Seus rostos brancos, morenos, compridos, redondos apresentam uma única expressão, sorrisos através dos olhos, dentes à mostra provando que há alegria e sonhos, e me pergunto.: 
- Será neste momento mais um broto de amor nascendo nesses corpos tão mutilados pela droga? 
- Será nestes rostos tão bonitos que renasce uma nova vida? Sinto vontade de esquecer que em cada rosto presente há uma trajetória de destruição e tristeza, mas não podemos viver de sonhos e amnésias, temos que viver a realidade da lenta recuperação, da reaprendizagem familiar, do recomeçar do zero.

A cada família que chega o interno se entrega na felicidade do abraço, no beijo do amor, na alegria do reencontro, e sente o calor da presença familiar aquecer a dor do isolamento, e sinto um grande orgulho de ter a honra de presenciar a exposição de um sentimento tão profundo que é a esperança aflorada em cada fisionomia.: da mãe, do pai, do filho.

Mas há outras realidades neste trabalho de recepcionista-porteira, a realidade da família que comparece à visita vestida com o sentimento da obrigação, trazendo a tiracolo o rancor do passado como um manto de mau-humor , uma nuvem de tristeza tapando o sol da alegria do recuperando, e tudo murcha como uma flor de onze-horas, que a um pequeno toque se fecha,  não permitindo que a luz faça parte de sua rotina, a luz do renascimento.

As famílias não precisam comparecer trazendo quilos de comida, basta que na sua bagagem tragam mais algumas gramas de esperança, de boas novas,  de riso e amor, e com isto o dia da visita  se torna um dia realmente especial, pois foi para isto que ele foi criado – Para ser um dia especial.

Outro aspecto que também não gostei.: A presença de veículos contendo 5 “amigos” e nenhum familiar.  Se não há o familiar, quem, na cidade, selecionou esses “amigos”? Será que no bolso desses “amigos”  não há o “consolo do lobo”?  O  “abraço de urso” ? O veneno  que os recuperandos  estão fugindo e ao mesmo tempo  ansiando?  Acredito ser um perigo, um risco,  a entrada dos “amigos” sem o acompanhamento do amigo verdadeiro, que é o pai e a mãe.

Outro risco é a maledicência, a fofoca doentia, onde a família procura deixar pelo lado de fora dos portões da Fazenda, mas que o “amigo” leva, às vezes sem a maldade mas com o despreparo da situação.:
-  “Pô, cara, tua mulher tá te metendo um chifre daqueles, meu...”  
- “Cara, vi tua namorada esta semana, puxa, tá gostosa à beça...”

São situações onde o medo da traição juntando com a vontade de cair fora, proporcionam combustível para a fuga da caminhada, e toda semente plantada pelo carisma da fazenda e pelo trabalho familiar se esvai em poucas horas de contágio com o ¨amigo¨.

A quantidade máxima de pessoas permitida para a visita são 5 pessoas, mas onde está a regra que é necessário ter “lotação esgotada”? Em que conceito  de amor diz que será realmente necessário ir 5 pessoas? Será que somente 2 ou 3 não aplacará tua vontade do abraço? Tua enxurrada de beijos? Às vezes duas ou três será mais capaz de preencher teus anseios de família do que a “lotação completa”.

As famílias deverão aproveitar essas visitas para aprender, ou reaprender a missão necessária do dialogo, do entrosamento familiar, do bate-papo descontraído. Estreitar o relacionamento pai-filho, esposa-marido, mãe-filho, e ir enriquecendo, mês a mês, este estreitamento familiar. Mas como reaprender esse método tão antigo e tão conturbado, que é o diálogo, se para onde se vira, há o primo, a tia, o amigo?

E os que ficam somente na expectativa da espera e a família não aparece? Seu sorriso murcha, sua expectativa se evapora, e fica a grande sensação do abandono, não importa os motivos da ausência. Acredito que o dia da visita é uma data totalmente necessária à presença dos familiares mais próximos, para tecerem juntos mais uma malha da vida, com fé, esperança e amor.




Gostei do meu dia de “recepcionista-porteira”, me fez apalpar com a alma, com a percepção, a alegria das famílias, a expectativa dos jovens, e a beleza do trabalho voluntário.

Parabéns Fazenda da Esperança, composto de todos que proporcionam sonhos ao mundo.
Agda (Agente da Pastoral da Sobriedade)

sábado, 9 de julho de 2011

A trilha cristã

Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus, e Ele é tão amoroso, que também os que não se deixam conduzir, também Ele o chama de meu filho.

Ser conduzido pelo Espírito de Deus é entregar-se à Sua Misericórdia, porque Ele, no seu grande Amor, nos fez seus filhos, para nos guiar e orientar no sentido da vida cristã.
Às vezes os caminhos cristãos são difíceis, porém a trilha para o Paraíso não é uma pista de autódromo, onde a velocidade é o ícone principal. Caminhar nos preceitos divinos há espinhos, pedras e obstáculos, que somente através da fé conseguiremos transpor.

Para que sejamos realmente filhos de Deus e que Ele possa nos guiar, temos que crer e a Ele nos entregar, com confiança, esperança e fé. Somente esses três elementos nos tornarão realmente filhos dignos de ser guiado por Ele.

Por que confiar? Porque através da confiança haverá entrega total, e confiar é não ter restrições emocionais, é não ter medo de dizer – Eu acredito em Deus – é sentir Sua presença e com ela sentir paz, mas para chegar nesse estágio muitas  “vergonhas”  devem ser superadas, porque professar a fé não é sociável e temos medos de sermos consideradas ’carocas ´... beatas... chatas.

Mas a esperança só vem através da fé. Para ter esperanças é necessário acreditar que existe horizonte e para visualizar horizontes da vida é necessário sonhar. Tudo de transforma num emaranhado de sentimentos, que impulsiona nossa vida e nos guia na direção

Por que ter esperanças? Porque nossa vida é permeada de sonhos, ilusões, planos, objetivos, e para alcançar tudo isto nós temos que ter esperança de realizá-los, e saber que esta realização nos trará felicidade.  Uma vida sem esperanças é vida vazia, então como propagarmos Deus se não O temos dentro de nós? Como dizer – Sou filho de Deus – se por dentro sou uma concha sem ostra?

Por que ter fé? Porque ela é a mola propulsora de nossa força, de nossa energia interior. Nossa resistência se torna elástica quando temos fé, porque, mesmo sentindo que nossa resistência está se esgotando, a fé nos impulsiona a seguir mais um pouco, a dar mais um passo.


Na caminhada cristã a nossa fé não elimina as pedras do nosso caminho, não retira os espinhos nem refresca a temperatura da vida, mas nos dá imunidade a muitos males, sara feridas dos nossos pés e cicatriza as chagas da alma, porque a nossa fé tem poder de nos tornar felizes apesar da dor.

E qual a vantagem de ser filho de Deus?
A vantagem da recompensa emocional, da alma fortificada, das passadas mais seguras, da alegria de caminhar com força, porque sob a proteção Dele não somos somente mais um, somos um “eu” amadurecido e fortificado.

E o medo da morte?
Esse medo é simplesmente sentimento de auto-preservação, medo do desconhecido, medo de partir e não ficar continuidade, medo de ir-se e não ter concluído tudo que se propôs.: Faz parte de nosso instinto natural, mas quanto mais fé menos medo, porque a morte é somente uma passagem para a vida eterna.

Porque esse apego aos filhos?
Porque eles são a nossa continuidade genética, nós queremos nos perpetuar através dos nossos filhos, para que nosso Dna prossiga através das gerações, e quando sentimos que nossos planos e nossos sonhos estão se afundando nas drogas, nós sentimos medo.

Comodismo cristão.
Seja o que Deus quiser... Foi Deus quem quis assim... Não vou remar contra a maré... Tudo isto são frases de acomodados, que tem preguiça de correr atrás de seus sonhos, de seus objetivos, se escondem através do comodismo, culpando Deus por sua vida sem perspectivas.
Deus nos deu o livre arbítrio para ser um toco inútil, somente sentindo a brisa passar, ou um guerreiro de si mesmo, que luta, busca, batalha e acredita na vitória, faz sua própria história a partir do momento em que sempre dá mais uma passada para a frente.

Existem os caminhos tortuosos, fáceis de trilhar mas difícil de se orgulhar, e são esses fáceis caminhos que nos desviam do nosso propósito maior – Sermos filhos de Deus.

A cada curva da vida em que procuramos desviar para nos afastarmos dos obstáculos, com atitudes ilícitas, mas nos afastamos da proteção divina, mais a nossa paz interior se debanda, porque quando o amor à matéria é maior que o amor ao espírito, mais nos afundamos em águas tenebrosas, e quando  pedirmos – Deus, me ajude... é que perceberemos que a distância em que  nos colocamos foi tão grande que nos tornamos menor que um grão de mostarda.

Nossa vida terrena é passageira, então procuremos trilhá-la com seriedade cristã, com fé, para que nossas pegadas não deixem rastros de lama e sujeira por onde andarmos, e sim o perfume suave da vida digna de filhos de Deus.

As pegadas pelo “asfalto da vida”  são fáceis, nosso inconsciente sempre busca a caminhada mais fácil, porque nosso organismo sempre será adepto ao “não sofrimento corpóreo”, mas são as caminhadas por espinhos que destilam os venenos do nosso espírito, portanto, quando a cruz for muito pesada, lembre-se que será somente uma fase para a destilagem, para no fim da “moagem”,  nos tornarmos uma pessoa melhor e mais espiritualizada, então valerá a pena ser cristão.

Agda Demétrio

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nas asas da saudade

Nas asas da saudade.
Sempre foi meu amiguinho, minha “pouca sombra”, meu companheirinho de todo momento, quer seja dia ou noite, sol ou chuva.
Sua alegria era tão genuína quando me via após pequenas ausências, que eu não resistia e o abraçava, mesmo ele estando fedido. E ele retribuía sorrindo pelos olhos. Aquele sorriso que me fazia sorrir. Era amor, amor infinito no sentimento.
Mas a vida termina um dia. E terminou dia 13/04/11 às 12:30hs. Sem um gemido, um latido, um nada. Fiquei  com ele até o último momento, lhe dando chazinho, remédio, atenção e carinho, seu último suspiro foi na palma de minha mão, eu senti sua vidinha indo embora, nas asas da saudade.
Seu corpo amoleceu no momento da partida definitiva, como se um elo houvesse se rompido, como se todos os nervos do seu corpinho estivesse preso por um fio invisível e esse fio se rompesse de uma vez, e eu fiquei com o a sua cabecinha pendente na minha mão.
Seus olhos, antes cheios de amor e alegria, neste momento me olhavam sem vida, opacos, sem o brilho da sua alegria, e os meus embaçados pelo choro doído, de saudade e dor.
Vesti  nele uma de suas camisetas, que ele ficava tão bonitinho,  envolvi-o em lençóis, como para abrandar a solidão do seu corpo que ficaria embaixo da terra,  e o enterrei embaixo dos galhos da mangueira da minha casa, onde ele foi feliz por 6 anos, onde ele gerou 98 filhos.
Logo depois veio a chuva, como para chorar comigo o choro da despedida, e eu olho a chuva caindo pela janela e sinto que o “bolo”  da minha garganta só aumenta, e o coração dói a dor da saudade, a tristeza de não ter conseguido prolongar sua vida e a certeza que nunca mais haverá outro Pitu.
Joguei fora os seus lençóis, tia Cida lavou e guardou todas suas roupinhas, como para preservar sua lembrança, mas, independente de sua roupa ou sua cama, a lembrança e a saudade permanecerá sempre, provavelmente abrandada com o decorrer do tempo, mas sua passagem ficou definitivamente marcada nas nossas vidas.
A verdade é que eu gostaria de estar jogando fora somente esta dor, trocá-la pela alegria da sua presença, a “presença de Pitu”, a presença da alegria, a presença do amor inocente, onde cada balançada de rabo significava “eu te amo”, e a partida desse amor levou consigo um milhão de sorrisos que ele fez muitos rirem.
Sempre quando alguém lia em sua camisetinha “Posso ajudá-lo?”  e esse alguém perguntava na sua alegria.: “Em que ele pode me ajudar?”  sempre havia a resposta.: “No sorriso que você acabou de dar”...   Quantos sorrisos provocou nesses 6 anos? Quanto tempo vou demorar sem me lembrar de você e chorar?
Adeus, meu Pitu. Te amo demais.        Sua “mãe”    Agda
A história final de Agda e seu cãozinho Pitu.

domingo, 27 de março de 2011

Quando os olhos choram

Quando os olhos choram

Ele estava sempre ali, lambendo minhas canelas quando eu saia do banho, abanando um cototo de rabo, se fingindo de toco pra ganhar um afago.
É aquele amigo que sente a minha dor quando choro, quando me entristeço ele se achega e finge que é somente mais uma parte do meu corpo, colado à minha perna, ganho uma lambida no rosto quando me descuido, e ele ainda acha que Fez a maior graça do mundo, pois deixa a língua cair pro lado e se sente realizado por me mostrar que está ao meu lado e que é meu amigo.
Não me pede aval, não solicita reajuste de carinhos, só me pede emprestado mais um abraço pra me pagar em dobro logo depois. Se eu permitisse, ele me antecipava pulos e lambidas.
E um dia ele adoeceu... E eu descobri o tamanho de meu amor por ele. E ele a cada dia definhava mais... já não comia, não bebia, já não abanava o cotoco... quando me aproximava ele somente me olhava com um olhar embaçado, sem vida, sem alegria.
Ao procurar ajuda médica, na esperança da recuperação imediata, me deparei com as limitações da medicina veterinária.
Nos dias em que ele era estendido numa maca dura e fria pra tomar soro, eu sentava ao lado dele e torcia para que não só o soro circulasse pela sua corrente sanguinea, mas também um pouco da alegria que ele me proporcionou na sua curta vida de 6 anos, um pouco de alivio para a sua dor, um pouco de paz para seu pequeno corpo alquebrado pela doença.
E transcorre um dia... dois... três... e nada do meu amiguinho melhorar, só piora, eu vejo meu pequeno cãozinho definhando, morrendo, me abandonando, e foi nessa hora que percebi que não era somente ele quem precisava de mim, eu precisava muito mais dele, da sua companhia, da sua alegria, da sua amizade.
Quando começaram as convulsões, e o quadro neurológico piorou na sua fase terminal, ele  me olhava com aquele olhar apelativo como se gritasse.:
- Me ajude, estou sofrendo, você é minha protetora e minha amiga...
E quando eu vi que lágrimas escorriam de seus olhos, aqueles olhos que sempre brilhavam quando me olhava, aqueles olhos que sorriam quando eu surgia após breves ausências... a dor foi tamanha, como se houvesse um rasgo no peito, uma bola imensa descia pela minha garganta, e não foi mais possível conter o choro e a dor.
Ambas as lágrimas (minha e dele) sendo sinônimo de dor e angustia, e nesta hora tive que tomar uma decisão importante.: Interromper o tratamento médico, que mais nada podia fazer pelo meu amiguinho, abandonar aí o último fio de esperança  na medicina, e partir para o tratamento alternativo, onde o ingrediente maior é o meu grande amor e minha imensa fé, e o poder dos “chazinhos da vovó”, que cura desde paixão recolhida até achaques do corpo e da alma.
“Mãe”  e  “tia” revezavam-se nos cuidados, carinhos e chazinhos.
O chá de quebra-pedra, de gota em gota pelo canto da boca, para quebrar o gelo da morte e fazer os seus rins funcionarem.
O chá de pobre-velho, para que meu pobre amiguinho reagisse, não me abandonasse, pois minha necessidade afetiva por sua companhia era muito grande, eu ainda não estava preparada para perdê-lo.
A água de coco, pura, natural, no mesmo sistema, pois nem suas mandíbulas nem seu organismo tinham mais forças para sugar os alimentos, e ele precisava hidratar-se, caso contrário o líquido da vida secaria.
O chá de conta-de-lágrimas, para afastar a infecção desse montinho de ossos em que se transformou meu pequenino amigo.
A água de fubá, constante mais em pequenas doses, para que ele saiba que o alimento ainda faz parte de sua vida.
E principalmente amor, muito amor, para retribuir cada lambida, toda patada que um dia sujou minha roupa na hora de sair, todo latido de felicidade quando me via, toda abanada de rabo a festejar a minha presença, e mais importante ainda,  a fé.
Quando eu terminava de rezar o terço da quaresma, colocava sobre o seu corpinho quase sem vida o rosário de orações e pedia por ele.
Não é perjúrio, pois ele também é um ser vivo (ou quase vivo), que amou, brincou e foi feliz no seu pequeno mundinho onde eu fui o pilar mais importante para ele.
A cada respiração entrecortada, a cada nervo repuxado de uma convulsão, há o meu medo que seja o último suspiro.: e eu ficava no meu profundo dilema; que ele se vá logo e pare de sofrer ou se permanece lutando pela vida, para satisfazer meu ego egoísta e medroso ao me perguntar.:
- Como vou viver sem o meu “pequena sombra”  a me seguir por todo lado?

... E continua a maratona de chás, diálogos, abraços e afagos...

E no terceiro dia em casa, o cotoco se abana, já dá os primeiros passos cambaleantes, já levanta a pata traseira pra fazer xixi (e cai logo depois)... e eu começo a sorrir sozinha, inundada de felicidade por cada migalha de melhora, um riso interior que me aquece o coração.
E quando ele, por iniciativa própria, come o primeiro pedaço de bifinho (ele fica exigente no cardápio), eu sinto que meu peito vai explodir de tanta alegria.
Hoje, uma semana depois do pesadelo da quase-morte, ele já consegue até dar aquela sacudidela sem cair, já levanta a perna no poste sem levar um tombo, seu corpinho já não é um esqueleto ambulante, seu olhar já tem o brilho da vida.
Eu já me tornei novamente o seu centro de alegria do seu pequeno mundo inocente, e eu agradeço a Deus pela dádiva da vida, da fé e do renascimento.
Uma nova lição foi aprendida.: Devemos sempre ter esperanças, e perseverar na trilha da vida, pois com fé e determinação os caminhos se tornam mais luminosos e você resgata um bem precioso, a felicidade de mais uma vitória conquistada.
Obrigada Deus, por me devolver meu pequeno Pitu para mais uma longa caminhada, com amor, dedicação e muito companheirismo.

Essa foi mais uma odisséia da Agda com seu cãozinho Pitu.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

As drogas e a família

As drogas e a família.

Longe da realidade a idéia pré-concebida que favela é sinônimo de drogas e vida financeira estável significa imunidade à dependência química.
As drogas estão entrando em nossas famílias, sejam elas ricas ou pobres, brancas ou negras, independente de qualquer classe social.
A incidência maior está na fase da adolescência, onde a curiosidade é o fator-base primário para o ingresso ao mundo das drogas, e infelizmente ocorre o aliciamento nas nossas escolas, nos nossos clubes e no nosso próprio bairro, perto da nossa casa.
O que nós, pais, mães, podemos fazer para combater esse mal do século que são as drogas?
Conhecer, se inteirar, saber seus efeitos colaterais, captar seus sintomas através das atitudes de nossos filhos e ter serenidade e sabedoria para reconduzir nossos filhos para o caminho da sobriedade.
Fazer com que nossa responsabilidade de pais não seja somente bens materiais, o bem maior proporcionado aos nossos filhos é o diálogo, o amor, a companhia saudável, o bom exemplo apresentado aos olhos de nossos filhos.



Aliciamento
Os aliciadores geralmente são pessoas “confiáveis”, “sociáveis”, “ apresentáveis”, “amáveis”, são todos os “áveis”  do pedaço, porém trazem a morte no sorriso e uma escravidão no olhar.
Jovens, quanto este “cara gente fina”  oferece “teco legal” num copo de bebida, um “ boa curtição” numa tragada de maconha, uma “viagem maravilhosa” numa cheirada de pó, ou numa picada de heroína, não é a felicidade que ele está te levando, é a dependência química, onde muito de ouve falar e poucos conseguem sair.
Existe a personificação de bonzinho no aliciador, porque ele precisa te conquistar e te viciar, para depois você se tornar escravo da vontade dele e do seu vício, você torna-se duplamente manipulado, por ele e por você mesmo, através do seu vício, da sua dependência química.

Os componentes do time da morte
Álcool, maconha, Ecstasy, Lsd, cocaína, heroína, crack.


Alcolismo
Dentro do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso,  a intoxicação por álcool,  Síndromes amnésticas, a violência doméstica, os distúrbios de ansiedade, distúrbios sexuais, do sono e distúrbios inespecíficos. Por fim o coma alcoólico, que pode ser fatal.
Se no começo uma dose era suficiente para uma leve sensação de tranqüilidade, depois de duas semanas (por exemplo) são necessárias duas doses para o mesmo efeito. Isto é o indivíduo que já está desenvolvendo tolerância ao álcool.
A taxa de recaída é muito alta em alcoólatras: aproximadamente 90% dos alcoólatras voltam a beber nos 4 anos seguintes a interrupção, quando nenhum tratamento é feito.
A garrafa da bebida faz  com que o usuário vire marionete, sem força de vontade para resistir ao álcool, e isto traz declínio social e vergonha para si, os filhos e toda sua família.
As mulheres  atingem concentrações sanguíneas de álcool mais altas com as mesmas doses quando comparadas aos homens. Sob a mesma carga de álcool os órgãos das mulheres são mais prejudicados do que o dos homens. O álcool, como uma droga lícita, demora um pouco mais a gerar dependência química, mas é somente uma forma ilusória de enganação, pois é uma droga perigosa e destrutiva.
Estudos mostram que o consumo de álcool diariamente aumenta as chances de câncer de mama na mulher e de cirrose hepática em ambos os sexos. Os filhos de alcoólatras estão mais sujeitos a problemas emocionais e psiquiátricos do que a população desta faixa etária não exposta ao problema, baixa auto-estima e auto-imagem com conseqüentes repercussões negativas sobre o rendimento escolar, e demais áreas do funcionamento mental, inclusive em testes de QI. Esses adolescentes e crianças tendem,  quando examinados, a subestimarem suas próprias capacidades e qualidades, se sentindo inferiores, envergonhadas e desajustadas no seu meio social, bem como persistência em mentiras, roubo, conflitos em casa, brigas com colegas, e a probabilidade de virem a ser também  alcoólatras no futuro, seguindo o ciclo do vício.




Maconha.
Os efeitos químicos mais freqüentes da maconha são.: avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca, taquicardia, problemas pulmonar, comprometimento do sistema respiratório, grande propensão ao câncer de pulmão.
O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona, hormônio masculino responsável pela produção de espermatozóides, e seu uso contínuo reduz sua capacidade reprodutiva, tornando os usuários estéreis.

Os efeitos psíquicos são os mais variados.: Sensação de bem estar inicial, relaxamento, vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda de noção do tempo e espaço, além de um prejuízo na  memória  e latente falta de atenção, comprometendo a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar  falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.

Ecstasy
Conhecida como “pílula do amor”  é uma droga moderna sintetizada (feita em laboratório), neurotóxica, cujo efeito na fisiologia humana é a diminuição da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, onde estas substâncias ficarão em maior contato entre as sinapses, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial do consumidor e grande perda de líquidos.
 Não tem propriedades afrodisíacas, como se pensa, apenas aumenta o desejo incapacitando as condições fisiológicas para o ato sexual do indivíduo. O ecstasy ganhou notoriedade e perfusão com o desenvolvimento da moda tecno e das festas rave.
É vendido sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Os comprimidos geralmente são na cor rosas e batizados mediante o desenho impresso, o que permite distingui-los entre si.
A duração do efeito é de cerca de 4 a 8 horas, quando ingerido oralmente. Neste período, ocorrem freqüentemente insônias (devido ao estado de agitação), coceiras, reações musculares como espasmos involuntários, espasmos do maxilar, dor de cabeça,visão turva, movimentos descontrolados de vários membros, principalmente braços e pernas quando ingerido em doses grandes.
Durante o período de intensidade do ecstasy podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação, hipertermia,hipertensão. Estes sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte.
 Assim, tornou-se frequente ver os consumidores em todos os tipos de festas e comemorações dotados de garrafas de água ou bebidas energéticas. Quando ingerido com bebidas alcoólicas, pode ocasionar choque cardiorrespiratório, levando ao óbito.


LSD


O LSD, produz grandes alterações no cérebro, atuando diretamente sobre o sistema nervoso e provocando fenômenos psíquicos, como alucinações, delírios e ilusões. É uma substância sintética, produzida em laboratório, que adquiriu popularidade na década de 60.

Pode ser consumida por via oral, injeção ou inalação, e se apresenta em forma de barras, cápsulas, tiras de gelatina e líquida; seus efeitos duram de oito a doze horas.

Os efeitos físicos dessa droga são: dilatação das pupilas, sudorese, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, aumento da temperatura, náuseas, vômitos.
Os sintomas psíquicos são alucinações auditivas e visuais, sensibilidade sensorial, confusão, pensamento desordenado, perda do controle emocional, euforia alternada com angústia, dificuldade de concentração.

O LSD é mais usado por adolescentes e jovens, com o intuito de ter visões e sensações novas e coloridas, pois as formas, cheiros, cores e situações se modificam, levando a pessoa a criar ilusões e delírios, como por exemplo, paredes que escorregam, mania de grandeza e perseguição. Pode ocorrer também um “flashback”, fenômeno onde são sentidos os efeitos da droga após um período de semanas ou meses sem usá-la.

Cocaína
Na 1ª. fase da extração do alcalóide, as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando em uma pasta denominada cocaína, depois usa-se ácido clorídrico, formando um pó branco. Ela pode ser aspirada ou dissolvida em água e depois injetada.
Há também a merla, que é a cocaína em forma de base, cujos usuários fumam-na pura ou juntamente com a maconha.
Atuando no sistema nervoso central, a cocaína provoca euforia, bem estar, sociabilidade.
Ao consumir, o coração tende a acelerar, as pupilas se dilatam, a pressão arterial eleva-se, o consumo de oxigênio aumenta mas a capacidade de captá-lo diminui. Estes fatores deixam o usuário pré-disposto a infartos.  O uso freqüente também provoca dores musculares, náuseas, calafrios e perda de apetite, comprometimento dos músculos esqueléticos.
Como a cocaína tende a perder sua eficácia ao longo do tempo de uso, fato este denominado tolerância às drogas, o usuário tende a utilizar progressivamente  doses mais altas, buscando obter, de forma incessante, os mesmos efeitos agradáveis que conseguia no início de seu uso. Dosagens muito freqüentes e excessivas provocam alucinações táteis, visuais e auditivas, ansiedade, delírios, agressividade, paranóia.

Heroína
O consumo é preferido nas festas, devido ao efeito de prazer súbito intenso (denominado "orgasmo abdominal"). A inalação tem vindo a ganhar terreno, onde o receio às seringas e agulhas contaminadas  é maior, devido ao risco à aids, hepatite B e outras doenças infecto-contagiosas.
A heroína leva à sua absorção muito mais rápida para o cérebro. A rapidez de efeito é importante para os toxicodependentes, porque proporciona maiores concentrações inicialmente, traduzindo-se em prazer intenso após o consumo. No cérebro ela é imediatamente convertida em morfina por enzimas celulares.
Os resíduos da heroína é metabolizada no figado. Ultrapassa a barreira hemato-encefálica e a placenta: os filhos de consumidoras apresentam mal formações aumentadas e profunda dependência à droga. Os filhos já nascem dependentes químicos. Já trazem no seu organismo a escravidão da droga.

Efeitos

A heroína tem efeitos similares aos outros opióides. Logo após o uso, a pessoa fica num estado sonolento, fora da realidade. Os batimentos cardíacos e respiração aceleram, causando uma sensação de calor. As primeiras sensações são de euforia e conforto, porém seus efeitos colaterais são desastrosos.: Causa surdez, cegueira e inflamações nas válvulas cardíacas, depressão após passarem seus efeitos, perda da sensação da dor, física e emocional, que pode levar a ferimentos no corpo sem que se dê conta. Pode levar a um infarto do miocárdio.
  • Disfunção sexual em altos graus
  • Maior autoconfiança e indiferença aos outros: comportamentos agressivos.
  • Depressão do centro neuronal respiratório. É a principal causa de morte por overdose.
  • Perda do controle humorístico, ou seja, o famoso humor bipolar. Ao ser usada, a droga pode acarretar a mudança de humor bipolar, em um momento o usuário está irritado, um pequeno período de tempo depois, ele se torna muito brincalhão.
  • A síndrome de privação pode levar à cegueira, dores, epilepsia, enfarte do miocárdio ou AVCs potencialmente fatais. A longo prazo leva sempre a lesões cerebrais extensas.
Bastam apenas 3 dias de consumo continuado desta substância para que, na sua ausência, se comecem a sentir os efeitos da ressaca. Em apenas 3 dias se habitua de tal forma à presença desta substância que quando se deixa de a administrar o organismo entra num estado de desequilíbrio tal, que o indivíduo vê-se obrigado a procurar de forma frenética satisfazer os pedidos do seu organismo, aumentando sempre a dose consumida. A ressaca traduz-se em primeiro lugar por corrimento lacrimal e nasal, seguida de má disposição a nível estomacal e intestinal, suores frios e afrontamentos, dores de rins lancinantes, e na fase final de ausência de consumo, espasmos musculares e câimbras generalizadas. Por instantes de prazer que esta droga proporciona, você adquire, gratuitamente, um inferno psíquico, físico e emocional intenso.

Crack
O crack é uma mistura de cloridato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, que resulta em pequenos grãos, fumados em cachimbos. É mais barato que a cocaína mas, como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois o seu consumo passa a ser maior.
Estimulante 6 vezes mais potente que a cocaína, o crack leva à dependência química e leva à morte por sua ação fulminante sobre o sistema central e cardíaco.
O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos.: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Assim como os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido, em 15 minutos surgem também a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra, caso contrário chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.
O crack é uma das drogas de maior poder viciante, a pessoa, só de experimentar, pode tornar-se um viciado. O crack é tido como o mais avassalador, o mais devastador de todo o conjunto de entorpecentes ou dos elementos químicos alucinógenos.


Motivos e conseqüências.

Por que vou usar drogas?

- Para ficar “solto”, desinibido, feliz.
- Para esquecer meus problemas familiares e financeiros.
- Para ser como a “galera” do setor.
- Para me entrosar com a turma daquela gatinha.
- Por curiosidade.
- Porque minha vida está uma “droga”.
- Porque preciso está relaxado e com a mente aberta pra fazer aquela prova.

Amar  a si mesmo, te aceitar, corrigir o que for possível corrigir, não com drogas, que é como uma máscara, uma maquiagem do mal.
O drogado tem uma mente que não é a dele, olhos que pertencem a outro mundo, emoções de vento, vazio, frio. Você quer se tornar um boneco de remendo, com pedaços que não te pertencem? É isto que a droga faz com o ser humano. Remendos, que se rasgam em pouco tempo, fazendo de um jovem bonito, saudável, em um trapo humano.

Onde estão teus olhos, que se escondem atrás das brasas do vício?
Deus te fez com um cérebro tão perfeito... e você o destrói  nome de um prazer passageiro?
Busque os caminhos da paz no seu lar, na sua família, no seu encontro pessoal com Deus, as drogas te escravizam e a fé te liberta, então porque não buscar a sua liberdade?


Prevenção às drogas.
Muito se tem feito nos últimos tempos para que as pessoas se previnam contra o uso de drogas.

Mas também muito se tem feito, legal ou ilegalmente, para que elas sejam usadas. O resultado final é que as pessoas estão consumindo cada vez mais drogas, e mais cedo.
Usar drogas, significa em primeira instância, buscar alegria, novidade, realização e prazer, e com isto entra no ciclo da violência.
É muito difícil lutar contra o prazer, porque foi ele que sempre norteou o comportamento dos seres vivos para se auto preservarem e perpetuarem sua espécie.
Perpetuarem-se através do prazer.
A droga provoca o prazer que engana o organismo, que então passa a querê-lo mais, como se fosse bom.
Mas o prazer provocado pela droga não é bom, porque ele destrói a vida, a sua vida.
Todo usuário e principalmente sua família têm arcado com as conseqüências decorrentes desse tipo de busca de prazer.
Pela disposição de querer ajudar outras pessoas, parte da sociedade procura caminhos para esclarecer e prevenir o maior mal evitável deste milênio.:
A dependência química!
Somente o traficante não participa desta batalha, a batalha pela liberdade.
Porque para ele, você é um funcionário barato, um cliente em potencial, e um cofre para seus lucros mortais, pois você chega até a roubar, fora ou dentro de sua casa,  para conseguir dinheiro.


Sanidade individual

Não importa a sua fase de vivência atual, o que importa realmente é como você está conduzindo os seus passos. Em qualquer caminhada, a qualquer momento da sua vida, tenha sempre presente Deus, pois através da força que Dele emana, os obstáculos serão superados, porque Ele não fará os obstáculos sumirem, mas sim te dará forças para superá-los.

Deus deu o livre arbítrio a todos, então tenha suas iniciativas, faça sua opção pela sua própria sanidade, não viva o problema do seu filho, do seu esposo, do seu irmão. Viva a sua própria vida. Apóie, ame, aconselhe, segure na mão, mas não morra junto, deixe-o seguir as suas próprias passadas, isto é uma opção individual, sua e dele.

A sua maior vitória  é a paz interior que se conquista, apesar de toda adversidade, porque as provações deverão servir para que você se fortifique na fé. Procure sempre sentir o lado positivo de tudo, procure nunca ser um poço de lamentações nem se tornar uma pessoa acomodada, triste, cabisbaixa.
Deus está presente na sua vida, porém você deverá abrir a janela do seu coração e deixá-Lo entrar, porque, apesar de todo poder que Ele possua, Ele nunca entrará no seu lar, na sua vida, se você não O permitir. Esta é a uma grande beleza da vida – A sua liberdade cristã – então faça uso desta liberdade recebendo o maior presente do mundo – O AMOR DE DEUS.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Onde nos perdemos?

Onde nos perdemos?

No início, tudo era bom...
Aquela vontade gostosa de ficar junto, de sentir o cheiro, o tato, o afago, um agrado, o segredo do corpo e da alma.
Sempre se quer saber mais do parceiro, sempre quer descobrir coisas, pensamentos, fatos, quer agradar, impressionar  e amar.
A vida é reconstruída de tijolos de sonhos, lutas, idealizações, decepções, recomeços. Reinício após o tropeço, comemorações após as vitórias.
Tudo são fatos e atos para solidificar uma relação. Para unir duas pessoas. Para a homogeneidade do casal. Só que a receita se perde e a relação se desgasta.
Um momento, de repente, se descobre que tudo murchou, aí vem a pergunta.: Onde nos perdemos? Os sonhos já não são os mesmos, os ideais são opostos, o vazio é profundo e a alma dói. Não pelo outro, não por si, mas por um terceiro elemento.: A relação.
E vem o questionamento.: O que fiz até aqui? O que aconteceu com nós dois?  Olha pra dentro de si mesmo e descobre um profundo vazio, e sente que falhou. Mas onde? Mas quando? Mas como?  Qual foi o momento em que nossas mãos do sentimento se desgarraram?
Será que foi quando os filhos cresceram? Quando engordei... 15  quilos? Quando o comprometimento financeiro ficou muito alto? Quando me afoguei no trabalho? Quando lhe veio a crise da meia idade?  A menopausa? A dor nas juntas? Os “ esses “  da vida moderna, onde a mulher tem seu campo de trabalho a conquistar palmo a palmo?
Toda a caminhada foi preparada para solidificar o relacionamento, como reservas de experiência para atravessar mais esta fase da vida, mas o significado se foi, a vontade ficou para trás, o sentimento murchou. E agora? Abandona o barco ou tenta um resgate? Para o resgate falta o objetivo, a vontade, e para o abandono falta a coragem, ou o medo do recomeço.
Nos perdemos no momento em que esquecemos de cultivar o que já estava  germinado. Nada floresce sem  o adubo da inovação e da criatividade. Não falo somente do sexo, falo de diálogo, de quebra de rotina, de amplitude nos objetivos, da larga visão do mundo, não ser como o boi ou a vaca de viseira, que só enxerga naquela direção. O sexo  é importante, mas é somente um complemento, a vida é uma gama muito maior que somente a realização carnal.
É neste momento em que se descobre que para viver, é necessário um ingrediente básico chamado sonhos. Precisamos reaprender a sonhar,  pois são através dos sonhos, dos objetivos, que se encontra motivações. E são as motivações que nos faz levantar da cama pela manhã com a mente cheia de planos, a adrenalina na corrente sanguínea, e sentir que a vida é cheia de surpresas.
E a coragem para recomeçar se busca na fé. No poder do Infinito, no Deus Supremo, porque se você deixar Deus entrar no seu coração, a vontade acontece.
Mas não basta somente a fé ou somente uma vontade, tem que ser o desejo dos dois. Uma relação a dois se baseia no querer dos dois. Somente um não toca uma relação.
Também não devemos culpar a Deus. ¨Foi Deus que quis assim...¨, pois esta é a desculpa básica daqueles que não querem lutar por seus objetivos. Deus nos deu o livre arbítrio para nossas próprias escolhas, não é justo culpá-Lo por nossos fracassos.

Todo casamento merece tentativas e lutas para ser resgatado, porque laços matrimoniais não se dissolvem sem deixar seqüelas, marcas e manchas, e essas marcas deixam mais marcas.

Toda relação merece o afago da tentativa, o toque da esperança, o resgate do casamento deverá ser tentado até esgotar-se todas as tentativas, mas o objetivo final deverá ser dos dois. Não basta somente a mulher ou somente o homem tentar, isto é o mistério do “conjunto”, o ingrediente do recomeço deverá ser temperado pelos dois.

Quando o vazio bater fundo, bem fundo, é hora de suprir este vazio com diálogo, e não ser visionária, ser realista, e também saber quando é hora de parar, de partir para outro caminho ou outra relação.

Agda.

Se esta postagem te transmitiu o espelho da sua verdade, e quiser bater um papo, meu e-mail é.: agdademetrio@gmail.com

Mãe, o que procuras?

Mãe,O que procuras?
Sonhos?  Ilusões? Esperança?

Seu filho está perdido no mundo das drogas? Você já não sabe o que fazer? Suas noites são de sustos e seus dias de estresse?  Sua pressão está em alta e suas finanças está em baixa?  Você

Mãe, seu filho terá que buscar a sua própria ajuda, a sua própria saúde, a sua própria cura. Somente ele pode dar seus passos rumo à caminhada, você poderá simplesmente orientá-lo na direção certa, as passadas quem tem que dar é ele, e não você.


Co-dependência.
Você sabia que você também precisa de ajuda? Nós, mães de dependentes ou ex-dependentes químicos carregamos também a nossa própria cruz chamada “co-dependência”, e adoecemos mais que nossos filhos, porque eles ainda tem a “felicidade química”, e nós, o que temos?


Nós  temos as cicatrizes da droga.
Angústia, medo, tristeza, sobressaltos, insegurança, hipertensão, problemas cardíacos, medos, gastrites nervosas, depressão, males inexplicáveis, principalmente os males da mente, que marcam o corpo e a alma. Isto são as cicatrizes que a droga deixa em nossas vidas.

Sentimento de culpa.
Os sentimentos dessas mães são como feridas, dolorosas e frágeis, onde qualquer pressão se transforma em tensão, em auto-acusação, e principalmente em auto-flagelação, pois muitas vezes  se culpa pelos descaminhos do filho.
- Por que não percebi antes?
- Onde foi que errei?
- O que falta pra esse menino?


O destino final...
Existe o ex-usuário, o ex-dependente, até ex-amor...mas não há ex-mãe ou ex-pai, somente pessoas que amam e tentam segurar na mão do filho e guiá-lo de volta ao aconchego de seu amor.
Para a mãe de um dependente químico há sempre o medo do momento em que o  telefone irá tocar pra lhe dar uma fatídica notícia – Seu filho morreu.


A busca da paz.
Nós devemos constantemente buscar a nossa saúde mental, a nossa serenidade, a nossa paz. Podemos ter paz enquanto o filho é um “noiado”? Sim, podemos. Quando aprendermos a cortar  o cordão umbilical da dor e dos sobressaltos. E isto nós conseguiremos através da fé.


Nosso filhos a Deus pertence.
Sustos e tristezas sempre haverão, faz parte da nossa caminhada de mãe, porém não devemos nunca permitir que isto seja o centro das atenções nas nossas vidas.
Quando aprendermos realmente a ter nosso diálogo pessoal com Deus, nós aprenderemos a entregar nas mãos Dele o destino de nossos filhos.


Cuide-se...
Quando foi a última vez em que pintou o cabelo, manicurou as unhas, fez uma limpeza de pele, soltou aquela gargalhada gostosa?
Fez um passeio despreocupado ou até bateu um papo tranquilo com sua amiga?
Aliás, você ainda tem amiga?
 A vida é algo além das lágrimas, além da dor. A vida também é sorriso e esperança.


Poder Divino.
Mas como conciliar filho, dependência química e felicidade? Através da oração, do diálogo pessoal e intransferível com Deus, da sua força de vontade de superar essas barreiras, da confiança depositada no Homem Lá de Cima.
Para Deus, nada é impossível, mas você precisa acreditar nisto.



Bloqueio familiar.
O relacionamento familiar se deteriora pela falta de diálogo, comece a dialogar mais, trocar idéias, falar de coisas sérias e também de coisas sem importância.
Frases como.:
- Oi filho, como foi o seu dia? 
- Filho, você sabe que eu te amo? 
- Filho, você é muito importante para mim.  
- Marido, quer um chazinho?


Um lar de paz.
Esse diálogo serve para toda  a família, uma harmonia familiar te fará uma pessoa mais leve e mais feliz. Faça do seu lar o repouso do guerreiro, o ninho de paz, o centro da harmonia e não um confessionário de lamentações.
Isto você aprenderá aos poucos, com calma, mas com perseverança e vontade de mudar.


A reconquista.
 Esqueça aquelas atitudes de gritos, recriminações, acusações, isto você já viu que não funciona, então tente outra tática, a tática do amor.
Não dizem que somos o sexo frágil? Então vamos vencer pela fragilidade, pelo carinho, e quando perceberem, já os teremos reconquistado.

Seja uma boa companhia.
Não tenha medo de mudar, você mudando o filho irá até se surpreender, o seu marido (se ele ainda não levantou vôo, é claro) já não terá medo de voltar pra casa à noite e topar aquele “espantalho” de corpo e alma em que você se transformou, seus outros filhos já sentirão prazer em ficar na sua companhia.
Mude, e leve-os a mudar também.


A super-mulher.
Vale também lembrar que outros membros da família dependem de você, de sua atenção, de seu amor, seu cuidado, seus carinhos. Não “mate” os outros membros da família em detrimento de um só. Concilie atenção a todos, afinal, ser mãe é ser super-mulher, isto sim, não mudará nunca.


Irritabilidade.
Quando foi a última vez que você olhou pro seu marido e deu aquele sorriso maroto, mesmo que falte um dente?  Há um ditado que diz.: “Comeu a carne, agora é hora de roer os ossos”, então procure ser pelo menos um monte de ossos charmoso... Procure ter leveza na vida, e não poço de lamentações pra seus familiares. Ninguém gosta de conviver com porco-espinho.

Ame-se.
Você, mãe, deverá ser sempre  o pilar familiar, a força da harmonia, o direcionamento de luz no seu lar. A sua luz deverá sempre brilhar, para iluminar os caminhos de seus filhos e esposo.
Ame-se e cuide-se, e com isto estará ajudando a todos.

Não são as dificuldades financeiras que deverão ser os motivos de seus males, se família rica fosse solução pra tantos dependentes químicos, não haveria tantas famílias abastadas com filhos drogados, tantos “carrões” de luxo transportando os pais pra visitar os filhos na Fazenda da Esperança e tantas outras clínicas.


Banalização da droga.
O problema não está no dinheiro ou na falta dele, está na facilidade com que o traficante chega até seu filho, seu marido, seu irmão. O problema está na banalização da droga,  o jovem consumir droga hoje já é rotina, e ele se tornar um viciado, um dependente, é o pesadelo da conseqüência.


O que poderemos fazer.?
Inicialmente mudar nossas atitudes, pra criar forças pra enfrentar o inimigo, e o inimigo não é só a droga, é a rotina, a desesperança, a desarmonia familiar.
Arme-se de amor, de coragem, de perseverança, de fé, e venceremos primeiro nosso inimigo interior, que é nosso comodismo, depois o inimigo externo, que é a droga, e a nossa maior arma é a oração.


Viver em paz.
A cura não vem de imediato, é um processo de erros e acertos, onde  vai-se tecendo as conquistas, aprendendo dia-a-dia como ser sempre melhor, como sempre acertar mais. Acertar para resgatar o seu sossego e o seu filho.

Nunca sinta que está velha demais pra mudar ou pra aprender, a aprendizagem é para qualquer idade.
Aprenda a viver em paz!


Ter fé.
Através da fé você amplia suas forças. Nada do que foi abordado até agora valeria a pena se você não tiver fé. Para ter sonhos, ideais, objetivos, você tem que crer. Crer que pode, que merece, e principalmente crer que há um Ser Superior te fazendo superar todos os obstáculos que surgirem na sua vida.


Mãe,
hoje é o primeiro dia pra você começar uma nova caminhada, a caminhada em busca da paz.
Não basta orar sem fé, Deus não quer ouvir as suas palavras, Deus quer ouvir o seu coração pedindo paz.
Para uma longa caminhada, é também necessário dar o primeiro passo...


Onde buscar parceria.
A caminhada sozinha é difícil, cheia de tropeços. Procure fazer a sua caminhada com outras mães que se identifiquem com você.
Procure parceiras da fé nos Grupo Esperança Viva, Pastoral da Sobriedade, Amor Exigente ou tantos outros grupos similares. Aprenda e ensine com outras mães.
Sempre todas têm algo a partilhar que seja âncora para uma vida mais saudável.


Cantando...
E só assim... então...  você será feliz... Bem feliz...
X
X
X
Que Deus seja seu apoio nas lágrimas mas também seu amigo nas horas do riso...  O sorriso da vitória!!!