segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nas asas da saudade

Nas asas da saudade.
Sempre foi meu amiguinho, minha “pouca sombra”, meu companheirinho de todo momento, quer seja dia ou noite, sol ou chuva.
Sua alegria era tão genuína quando me via após pequenas ausências, que eu não resistia e o abraçava, mesmo ele estando fedido. E ele retribuía sorrindo pelos olhos. Aquele sorriso que me fazia sorrir. Era amor, amor infinito no sentimento.
Mas a vida termina um dia. E terminou dia 13/04/11 às 12:30hs. Sem um gemido, um latido, um nada. Fiquei  com ele até o último momento, lhe dando chazinho, remédio, atenção e carinho, seu último suspiro foi na palma de minha mão, eu senti sua vidinha indo embora, nas asas da saudade.
Seu corpo amoleceu no momento da partida definitiva, como se um elo houvesse se rompido, como se todos os nervos do seu corpinho estivesse preso por um fio invisível e esse fio se rompesse de uma vez, e eu fiquei com o a sua cabecinha pendente na minha mão.
Seus olhos, antes cheios de amor e alegria, neste momento me olhavam sem vida, opacos, sem o brilho da sua alegria, e os meus embaçados pelo choro doído, de saudade e dor.
Vesti  nele uma de suas camisetas, que ele ficava tão bonitinho,  envolvi-o em lençóis, como para abrandar a solidão do seu corpo que ficaria embaixo da terra,  e o enterrei embaixo dos galhos da mangueira da minha casa, onde ele foi feliz por 6 anos, onde ele gerou 98 filhos.
Logo depois veio a chuva, como para chorar comigo o choro da despedida, e eu olho a chuva caindo pela janela e sinto que o “bolo”  da minha garganta só aumenta, e o coração dói a dor da saudade, a tristeza de não ter conseguido prolongar sua vida e a certeza que nunca mais haverá outro Pitu.
Joguei fora os seus lençóis, tia Cida lavou e guardou todas suas roupinhas, como para preservar sua lembrança, mas, independente de sua roupa ou sua cama, a lembrança e a saudade permanecerá sempre, provavelmente abrandada com o decorrer do tempo, mas sua passagem ficou definitivamente marcada nas nossas vidas.
A verdade é que eu gostaria de estar jogando fora somente esta dor, trocá-la pela alegria da sua presença, a “presença de Pitu”, a presença da alegria, a presença do amor inocente, onde cada balançada de rabo significava “eu te amo”, e a partida desse amor levou consigo um milhão de sorrisos que ele fez muitos rirem.
Sempre quando alguém lia em sua camisetinha “Posso ajudá-lo?”  e esse alguém perguntava na sua alegria.: “Em que ele pode me ajudar?”  sempre havia a resposta.: “No sorriso que você acabou de dar”...   Quantos sorrisos provocou nesses 6 anos? Quanto tempo vou demorar sem me lembrar de você e chorar?
Adeus, meu Pitu. Te amo demais.        Sua “mãe”    Agda
A história final de Agda e seu cãozinho Pitu.