sábado, 9 de julho de 2011

A trilha cristã

Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus, e Ele é tão amoroso, que também os que não se deixam conduzir, também Ele o chama de meu filho.

Ser conduzido pelo Espírito de Deus é entregar-se à Sua Misericórdia, porque Ele, no seu grande Amor, nos fez seus filhos, para nos guiar e orientar no sentido da vida cristã.
Às vezes os caminhos cristãos são difíceis, porém a trilha para o Paraíso não é uma pista de autódromo, onde a velocidade é o ícone principal. Caminhar nos preceitos divinos há espinhos, pedras e obstáculos, que somente através da fé conseguiremos transpor.

Para que sejamos realmente filhos de Deus e que Ele possa nos guiar, temos que crer e a Ele nos entregar, com confiança, esperança e fé. Somente esses três elementos nos tornarão realmente filhos dignos de ser guiado por Ele.

Por que confiar? Porque através da confiança haverá entrega total, e confiar é não ter restrições emocionais, é não ter medo de dizer – Eu acredito em Deus – é sentir Sua presença e com ela sentir paz, mas para chegar nesse estágio muitas  “vergonhas”  devem ser superadas, porque professar a fé não é sociável e temos medos de sermos consideradas ’carocas ´... beatas... chatas.

Mas a esperança só vem através da fé. Para ter esperanças é necessário acreditar que existe horizonte e para visualizar horizontes da vida é necessário sonhar. Tudo de transforma num emaranhado de sentimentos, que impulsiona nossa vida e nos guia na direção

Por que ter esperanças? Porque nossa vida é permeada de sonhos, ilusões, planos, objetivos, e para alcançar tudo isto nós temos que ter esperança de realizá-los, e saber que esta realização nos trará felicidade.  Uma vida sem esperanças é vida vazia, então como propagarmos Deus se não O temos dentro de nós? Como dizer – Sou filho de Deus – se por dentro sou uma concha sem ostra?

Por que ter fé? Porque ela é a mola propulsora de nossa força, de nossa energia interior. Nossa resistência se torna elástica quando temos fé, porque, mesmo sentindo que nossa resistência está se esgotando, a fé nos impulsiona a seguir mais um pouco, a dar mais um passo.


Na caminhada cristã a nossa fé não elimina as pedras do nosso caminho, não retira os espinhos nem refresca a temperatura da vida, mas nos dá imunidade a muitos males, sara feridas dos nossos pés e cicatriza as chagas da alma, porque a nossa fé tem poder de nos tornar felizes apesar da dor.

E qual a vantagem de ser filho de Deus?
A vantagem da recompensa emocional, da alma fortificada, das passadas mais seguras, da alegria de caminhar com força, porque sob a proteção Dele não somos somente mais um, somos um “eu” amadurecido e fortificado.

E o medo da morte?
Esse medo é simplesmente sentimento de auto-preservação, medo do desconhecido, medo de partir e não ficar continuidade, medo de ir-se e não ter concluído tudo que se propôs.: Faz parte de nosso instinto natural, mas quanto mais fé menos medo, porque a morte é somente uma passagem para a vida eterna.

Porque esse apego aos filhos?
Porque eles são a nossa continuidade genética, nós queremos nos perpetuar através dos nossos filhos, para que nosso Dna prossiga através das gerações, e quando sentimos que nossos planos e nossos sonhos estão se afundando nas drogas, nós sentimos medo.

Comodismo cristão.
Seja o que Deus quiser... Foi Deus quem quis assim... Não vou remar contra a maré... Tudo isto são frases de acomodados, que tem preguiça de correr atrás de seus sonhos, de seus objetivos, se escondem através do comodismo, culpando Deus por sua vida sem perspectivas.
Deus nos deu o livre arbítrio para ser um toco inútil, somente sentindo a brisa passar, ou um guerreiro de si mesmo, que luta, busca, batalha e acredita na vitória, faz sua própria história a partir do momento em que sempre dá mais uma passada para a frente.

Existem os caminhos tortuosos, fáceis de trilhar mas difícil de se orgulhar, e são esses fáceis caminhos que nos desviam do nosso propósito maior – Sermos filhos de Deus.

A cada curva da vida em que procuramos desviar para nos afastarmos dos obstáculos, com atitudes ilícitas, mas nos afastamos da proteção divina, mais a nossa paz interior se debanda, porque quando o amor à matéria é maior que o amor ao espírito, mais nos afundamos em águas tenebrosas, e quando  pedirmos – Deus, me ajude... é que perceberemos que a distância em que  nos colocamos foi tão grande que nos tornamos menor que um grão de mostarda.

Nossa vida terrena é passageira, então procuremos trilhá-la com seriedade cristã, com fé, para que nossas pegadas não deixem rastros de lama e sujeira por onde andarmos, e sim o perfume suave da vida digna de filhos de Deus.

As pegadas pelo “asfalto da vida”  são fáceis, nosso inconsciente sempre busca a caminhada mais fácil, porque nosso organismo sempre será adepto ao “não sofrimento corpóreo”, mas são as caminhadas por espinhos que destilam os venenos do nosso espírito, portanto, quando a cruz for muito pesada, lembre-se que será somente uma fase para a destilagem, para no fim da “moagem”,  nos tornarmos uma pessoa melhor e mais espiritualizada, então valerá a pena ser cristão.

Agda Demétrio