terça-feira, 14 de agosto de 2012

O frio e o cobertor


O frio e o cobertor.


No decorrer da nossa vida sempre ouvimos expressões “Está tão pesada minha cruz”... ou “Não agüento mais esta situação”, e muitas outras frases expondo o cansaço da vida e o peso do fardo acarretado pelos problemas. Muitos inclusive chegam ao extremo do suicídio como uma forma de “sanar” ou “se livrar” do  problema.

Antes de chegar ao momento em que a “tampa da panela estoura” não seria o tempo de parar e repensar na vida e nas prioridades? Por que aquele carro zero representa a minha felicidade? A conquista “daquele  gato” será a minha realização de vida? Eu me mudar para aquele bairro chique vai me deixar realizada? Eu serei mais feliz com as riquezas externas ou a paz interior?

Os tropeços da minha vida é porque sou sem sorte ou porque eu não soube conduzir as minhas passadas? Empenhei energia suficiente para que os meus sonhos se tornassem realidade? São tantos os questionamentos que as dúvidas se transformam em feridas na mente.

É válido pararmos e fazermos questionamentos sobre nossas prioridades e nossa forma de pensar. Quem não conhece o dito popular “Deus só manda o frio de acordo com o cobertor”? Se adversidades ocorrem na nossa vida é porque podemos carregá-las. As adversidades também são lições para nos tornarmos mais fortes e, quando analisadas inteligentemente, servem também para nos melhorar como pessoas.

Deus não seria injusto em te dar um fardo de feno de 50 kg pra você carregar nas costas se a sua capacidade corporal seria para carregar 30 kg. Podemos carregar até o dobro do que nos foi destinado se usarmos nossa inteligência e adaptar rodas a cavaletes, mas para isto teremos que parar de correr, para poder pensar e agir.

Somos três irmãs e, após longas ausências, nos reunimos e começamos a conversar. Cada uma de nós falávamos de “fardos pesados”.:  artrites, artroses, osteoporose, e todos os “ oses e ites” que acompanham a nossa velhice, e constatamos que eu tinha parte dos “ites”, minha segunda irmã tinha o restante e mais os “oses” e minha irmã mais velha não tinha nada. Era saudável como um toco de concreto.


Na brincadeira, falamos pra ela.
 – Maria, porque não dividimos com você um pouco dessas mazelas?
Onde ela nos respondeu, na maior sabedoria e simplicidade.:
- Ora, a Tiana trabalha dentro de um hospital, tem facilidades para médicos, exames e tratamentos. A Agda tem condições financeiras pra ir ao médico, fazer exames e comprar os remédios. Eu não tenho dinheiro, não tenho influências e não tenho contatos, por isto Deus não me deu “oses e ites”. Foi onde me veio a expressão.: “Deus só permite o frio de acordo com o cobertor que temos”.

Não é que Deus nos deu as doenças, elas são os resíduos de nossas atitudes, o resultado de nossa maneira de  “comer e viver”, as seqüelas de nossas atitudes, todas nossas “oses e ites” foram geradas por nós mesmas, porém Deus não nos abandona nos nossos frios, Ele sempre põe a mão no nosso corpo cansado e nos guia por mais uma noite sem luar.

Quando o sol da nossa vida aquece nosso corpo e a lua brilha na nossa alma muitas vezes esquecemos de agradecer a Deus pela mão estendida Dele nos nossos momentos de dor. Geralmente só lembramos de Deus quando nosso calo está doendo, aí nossa memória é boa, e aprendemos a gritar.: - Deus me ajude, atenda minhas preces. Prometo ser   uma pessoa melhor...

A maior sabedoria da vida não é aprender o caminho de acumular riquezas, é buscar a nossa paz através de um relacionamento pessoal com Deus, é achar a nossa riqueza maior na convivência com o próximo. Para realmente crescermos como ser humano, temos que estar constantemente com a mente aberta para aprender mais, para mudar as prioridades sempre que constatarmos que somos fúteis, para voltar atrás em muitas decisões tolas, para pedir desculpas, para dizer “eu te amo”, para aceitar que somos frágeis, falhos e imperfeitos.

E, da mesma forma que nos reconhecemos pequenos, podemos também reconhecer o tamanho da nossa grandeza, quando abrirmos a janela da vida, escancarar as portas do nosso coração, e deixar Deus entrar na nossa casa, não como convidado, mas como Senhor e Protetor das nossas vidas, aí sim, seremos grandes, porque somos filhos do REI, porque, conforme o Salmo 103.:
“O Senhor é misericordioso e compassivo, lento para a cólera e rico em bondade... Não nos trata conforme nossos pecados, não nos castiga conforme nossas culpas. Pois quanto é alto o céu sobre a terra, tanto prevalece Sua bondade para com os que O temem. Quanto é distante o oriente do ocidente, tanto Ele afasta de nós as nossas culpas.”

Não vamos viver a nossa vida remoendo nossas culpas nem fermentando nossas mágoas, deixe o passado morrer no passado, tire dele somente lições boas para a vida. Não viva também somente no mundo da lua, vivendo em função  de sonhos exorbitantes, viva o hoje, dê graças pelo que tem, porque o que realmente te pertence é o HOJE,  procure  viver com alegria o dia de hoje, porque a tua felicidade de hoje será uma semente plantada para que o seu dia de amanhã também seja feliz.

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Agda

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A felicidade é de graça


A felicidade é de graça.

No nosso mundo moderno a rotina normal é correr, se estressar, alcançar, superar... A isto nós denominamos  ¨Em busca da felicidade¨. Você sabia que, mesmo quietinha, você pode também achar a danada?

Como a felicidade é algo etéreo, sem cheiro, cor ou sabor,é difícil localizá-la, mas, quando localizada...  dá uma sensação tão boa!!! Mas a “ bichinha” gosta de brincar de esconde... esconde... e como não conhecemos a “fisionomia” dela, fica difícil até de botar um detetive atrás pra descobrir seu paradeiro.

Mas, quem disse que temos que procurá-la? Nós é que temos que ir a ela, ou ela é que virá a nós? Acredito que a melhor forma de ser feliz é purificar nosso interior.: Com boas ações, bons pensamentos, credibilidade em Deus, manter a paz espiritual.

A primeira vez que experimentei “Leite Moça”, a mais de 40 anos atrás, eu defini “felicidade” quando eu pudesse ter quantas latas de leite condensado moça eu pudesse comprar, o mesmo acontecendo com um famoso chocolate redondinho chamado “Sonho de Valsa”. Foram duas grandes paixões na minha infância.

Eu era muito pobre, éramos lavandeiras. Naquele tempo,  nas classes menos favorecidas, não existia o luxo de água encanada, então pegávamos as roupas sujas nas residências e levávamos para o riacho para lavarmos, e logicamente, não era próximo. Andávamos com aquelas grandes trouxas na cabeça por longas distâncias.

Gás também era luxo, usado somente para fazer um chazinho de emergência à noite, pois deveria durar meses. Ao sairmos para nossa lida, deixávamos uma panela de ferro no fogo de “trempe” , com água, sal e fava.

Foi aí que tive uma nova percepção de felicidade. Nunca mais precisar comer fava com farinha pra matar a fome. E, à medida que fui crescendo, novas definições de felicidade foram surgindo..: Quando me casei, quando nasceram meus filhos, quando passei no vestibular, quando comprei  meu primeiro carro zero, quando me tornei empresária...  

Mas à medida que vamos envelhecendo temos duas opções.: Ou virar uma velha inteligente, ou virar uma velha “gagá”. Pra virar gagá é fácil, é só achar que a vida acabou... Pra virar uma velha inteligente é só se conscientizar que nunca é tarde para aprender, para fazer, para raciocinar,  para viver.  E para tudo isto o melhor caminho é a leitura, a pesquisa, os questionamentos.

Ao invés do “sim senhor” optar por “será isto mesmo?”  e continuar pesquisando e questionando, porque o maior saber não é a resposta pronta, é a busca pela resposta.

Mas, voltando ao assunto  “felicidade”,  é a “boa realização”, e não à “boa obtenção”. Obter é bom, comprar  também é bom, mas realizar é espetacular. Devemos sempre estar em constante mutação, para obtermos sensações diferentes. 

Felicidade é aquela sensação de mel quente nas veias. E quando isto ocorre? Quando uma grande paz te alcança, quando a leitura de um livro te transporta para um mundo mágico, quando você abraça a pessoa amada, quando teu filho te sorri e diz que te ama, quando você acorda, houve pássaros cantarem e você tem certeza que gostou de se encontrar naquele lugar e naquela hora.

Mas se você não está com a alma preparada para essas pequenas coisas, ela não te diz nada, e você perde mais uma chance de ser feliz.  
Hoje já não tenho carro, não sou mais empresária, não tenho uma linda mansão, não saio estourando o cartão de crédito, mas tenho uma grande paz e a certeza que continuo me filtrando pra ser uma pessoa melhor, e a consciência de que estou realmente vivendo, e não vegetando.

Já plantei uma árvore (mais de uma), já tive dois filhos, já escrevi um livro (Quando a semente germina),  já completei 50 anos (tenho 52) já tropecei, cai e levantei, e aprendi tanto com os tropeços quanto com a queda, e hoje sei que sou uma pessoa melhor porque reconheço que sou pequena, frágil, mas tenho um grande amigo que é Deus.  

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pedaços caindo


Pedaços caindo.

O mundo, principalmente o mundo feminino, é movido pela vaidade. Em algumas (ou muitas) a vida é movida pela pele, unhas, silhueta e cabelos, outras, nem tanto, mas continuam sendo mulher, e os quesitos acima mencionados também são importantes.  Não representam a sua vida na totalidade, mas faz parte da sua composição como pessoa.

Mas a vida gosta de brincar de pega-pega com algumas pessoas, e as “escolhidas” tem que entrar no jogo e superar alguns obstáculos, porque se não “entrar no jogo”  entra em pânico e perde a jogada.

Eu não entendi porque, dentre tantas, eu fui a escolhida. Mas me escolheram. Acredito que há um propósito posterior, que eu ainda não sei... Mas que há... Com certeza há...
E um dia eu acordei, tomei banho e... ao passar a mão nos cabelos... (Não penteio os cabelos porque são encaracolados, tipo parafusinhos), pois é... só passei a mão, e olha aquele montão caindo... Bem... vou bater com mais cuidado.

Uma semana depois percebi uma unha toda verde, opa, devo ter topado em algo e não me lembro... Só que três dias depois mais três unhas... Unhas de Hulk? Além de verde, estão se soltando... Hum... algo está errado. Mas eu gosto de unhas desenhadas, adesivadas, mas agora acho melhor não passar esmalte.

Mas a “brincadeira”  não parou por aí... O “parceiro invisível” queria brincar mais... E percebi que, ao escovar os dentes, a gengiva sangrava e eu estava com 2 dentes um pouquinho instáveis.

Ao me vestir, comecei a perceber que algumas roupas não entravam mais, apesar de serem folgadas...mas...  braços e pernas continuam sendo “cambitinhos”, porém percebi que meu abdome estava tão dilatado... aquele buchinho proeminente... Puxa... Mas eu estava tão feia...

Eu sabia que, com o tratamento que eu estava fazendo, cabelos iam cair, náuseas e diarréia  me atacariam, etc, mas só me informar era uma coisa... vivenciar era outra bem diferente. E não estou achando nada divertido tudo isto, mas estou procurando levar “na esportiva” tudo isto, mas às vezes uma coisa chamada “pânico”  me ataca, e eu continuo buscando a “força de Agda” e passar por cima de tudo isto.
O que posso fazer? Escrever sobre isto, diluir o medo em palavras, e pela diluição buscar esperança, buscar fé, e acreditar que esta é somente mais uma fase, mais um obstáculo a transpor, porque a vida é composta de fases... Fases boas e ruins... As boas para curtir e as ruins para nos fazer crescer... amadurecer... (e cair???)... Acho que não... Amadurecer e alimentar outros com exemplos de superação e amor de Deus.

Esta fase eu vou superar, é só mais uma fase... E vou vencer o meu “amigo invisível”, que brinca de pega-pega comigo...Vou mostrar pra ele que sei jogar e sei vencer e sei vencer, porque tenho Deus no meu caminho.


Agda