quinta-feira, 3 de julho de 2014

Dos pais para os filhos, da conscientização à vida.

Prevenção: dos pais para os filhos, da conscientização à vida!
                                                                                     

Prevenção é precaução contra algo contrário àquilo que desejamos, por ser danoso, indesejável ou maléfico à vida.


Vamos analisar esse tópico, em cinco partes distintas.

1ª parte

Família

O sentido profundo da “família” não se resume somente na presença física do pai, da mãe, do filho, pois isto é apenas a parte visível da tríade. A parte que ninguém vê, mas que constitui a solidez familiar também é formada por outra tríade: amor, inclusão, educação.
O amor é a fundação básica e primordial na família. Todas as famílias amam, mas somente o amor não amortiza a curiosidade natural dos jovens, não elimina a presença insistente e doentia do aliciador e muito menos supre as deficiências e as insatisfações características da adolescência com relação à sua aceitação perante os pares.
Muitos adolescentes sofrem com o estigma da insegurança ou da timidez (ou ambas), próprias da idade, porém eles não se sentem confortáveis nesse “papel”, e procuram apaziguar essas partes que eles consideram deficitárias em sua personalidade, usando métodos antinaturais (como o uso de drogas), em busca da imagem perfeita. 
Quando a família inclui-se na vida dos filhos, com respeito (mas com firmeza), e permite o revés dessa inclusão (os filhos inserindo-se também na vida dos pais), essa aproximação mútua propicia condições para o diálogo, para o aconchego sem reservas, para o carinho na relação pais/filhos. Essas inclusões permitem uma relação de amizade entre eles. Os pais não devem temer a quebra da autoridade pela “inclusão do revés”, pois é nessa reciprocidade onde os filhos sentem confiança em sanar suas dúvidas e anseios com as pessoas mais indicadas - os seus próprios pais.
A educação é o terceiro elemento da tríade, tão importante quanto o amor e a inclusão, pois ela é o elemento formador de conhecimentos, de desenvolvimento à sua cognição, de inserção nos outros grupos sociais, de convivência com pessoas de diferentes comportamentos, e esse relacionamento amadurece o jovem para o convívio em sociedade. Quando a criança ou adolescente sente-se realmente incluído no “espaço escola”, ela busca formar seu segundo grupo social, e essa manifestação social o integra às normas que o orientarão, nortearão a condutas éticas próprias ao seu desenvolvimento. Nesse contexto há a necessidade da família participar dessa inclusão, motivando e incentivando os filhos nas tarefas escolares e com a participação atuante na escola dos filhos.

2ª parte

A mente é quem comanda.

O prazer é uma recompensa natural que nosso corpo sempre busca.
O prazer pelo alimento;
O prazer pela vitória em um jogo;
O prazer em assistir a um belo filme;
O prazer pela conquista amorosa;
O prazer pela realização de um projeto profissional;
O prazer sexual...

E o que é o prazer?
É a descarga de adrenalina gerada pelo nosso cérebro, propiciando uma sensação de êxtase, que o corpo aceita e se delicia.
E isto é uma ação natural da natureza – é fisiologicamente correto o corpo buscar e aceitar o prazer.
Adora um certo alimento? Mas ingerir todo dia esse mesmo alimento, enjoa.
Gosta de atingir a vitória em um jogo? Mas jogar o mesmo jogo todo dia, cansa...
Conquistou aquela pessoa especial? Então necessita inovar, criar situações diferentes, para o relacionamento não cair na rotina e...
Realizou um projeto? Já parte para outro, sempre em busca da inovação...
 O sexo é bom, gera prazer... Mas também necessita de inovação, surpresa, romantismo, fantasia, para a monotonia não murchar o relacionamento...
Assim como o corpo se psicoadapta a um certo prazer, de forma natural, ele também procura migrar para outras fontes, como forma contínua de se auto-realizar, e essas migrações levam ao amadurecimento do ser humano. Isto também é natural. E isto é a trajetória da vida!


3ª. Parte

As drogas psicotrópicas.

As drogas psicotrópicas também geram prazer, e é por isto que o corpo aceita com sofreguidão as sensações providas delas. E quando ela encontra pouso numa mente angustiada, solitária, revoltada, insatisfeita ou curiosa, ela se instala e se apodera.
Mas, a partir desse pouso, ocorre uma mutação mórbida. O corpo se psicoadapta a esse prazer, estagna nessa condição, e não busca novos prazeres. É como se ele se “engessasse” à essa situação, a esse prazer doentio.
E dessa estagnação, ocorre a dependência psicológica: ele vicia-se somente naquele prazer, e nada mais na vida representa fontes de alegria e realização, nem a realização de um projeto, nem à participação de um belo jogo; um filme já não lhe desperta prazer; a conquista? Só se for com alguém da sua “galera da pesada”...
E isto não permite o seu crescimento, o seu amadurecimento como ser humano. Infelizmente ele estagna o seu crescimento, porém adquire o envelhecimento precoce da mente, em um corpo jovem...

4ª parte

Por que o vício estagna a trajetória da vida?

Quem não se lembra do primeiro beijo? Da primeira paixão? Do maior sonho? Do maior medo? Da melhor alegria numa realização? Do pior trauma?
Porque nossas maiores sensações, aquelas mais intensas, mais fortes, são as que mais marcam, porque as sensações mais intensas são as que se registram profundamente na nossa memória RAM, e gravam-se profundamente na nossa memória de Longo Prazo, e como a sensação que a droga propicia à mente é aguçada de euforia, esse registro se torna intenso, e consequentemente o registro se forma.
Nossa mente, no início da vida, é como um CD virgem, que vai registrando ocorrências, umas mais profundas, outras mais superficiais, conforme as suas intensidades, formando a sinfonia da vida.
Em virtude das sensações advindas das drogas serem muito intensas, o registro se torna muito profundo, intenso, e essa intensidade do registro na mente passa a comandar o corpo, que passa a obedecer somente ao comando daquele prazer – o prazer da droga.


5ª parte.

Caminhos norteadores.

Como proceder para que os registros intensos das drogas não façam parte da vida dos nossos jovens?
Chegando às suas mentes antes das drogas.
Fazendo parte das suas rotinas antes dos traficantes.
Transformando os seus diálogos mais interessantes que os diálogos dos aliciadores.
Propiciando registros intensos e satisfatórios, para que eles não busquem essas intensidades nas drogas lícitas e ilícitas.
Cultivando o diálogo; Criando situações de carinho o lar; Quebrando as rotinas monótonas nas suas vidas; Formando registros saudáveis; Educando os jovens a optaram pelo não uso das drogas – através de esclarecimentos, e não através de repressões. Esta opção deve ser DOS JOVENS, ninguém pode optar por eles, e a conscientização é a melhor forma.



Recado da autora...

Essa postagem contém o material de centro da minha 7a obra "A mente é quem comanda", bem como trata-se do tópico mais importante do trabalho social: o alerta aos pais, para que eles cheguem ao íntimo dos seus filhos antes dos traficantes ou aliciadores...

Contato com a autora: e-mail   agdademetrio@hotmail.com
Caso queira sugerir algo, fiquem à vontade...