Prevenção:
dos pais para os filhos, da conscientização à vida!
Prevenção é precaução contra
algo contrário àquilo que desejamos, por ser danoso, indesejável ou maléfico à
vida.
Vamos analisar esse tópico, em cinco partes distintas.
1ª
parte
Família
O
sentido profundo da “família” não se resume somente na presença física do pai,
da mãe, do filho, pois isto é apenas a parte visível da tríade. A
parte que ninguém vê, mas que constitui a solidez familiar também é formada por
outra tríade: amor, inclusão, educação.
O amor
é a fundação básica e primordial na família. Todas as famílias amam, mas
somente o amor não amortiza a curiosidade natural dos jovens, não elimina a
presença insistente e doentia do aliciador e muito menos supre as deficiências
e as insatisfações características da adolescência com relação à sua aceitação
perante os pares.
Muitos
adolescentes sofrem com o estigma da insegurança ou da timidez (ou ambas),
próprias da idade, porém eles não se sentem confortáveis nesse “papel”, e
procuram apaziguar essas partes que eles consideram deficitárias em sua
personalidade, usando métodos antinaturais (como o uso de drogas), em busca da
imagem perfeita.
Quando
a família inclui-se na vida dos filhos, com respeito (mas com firmeza),
e permite o revés dessa inclusão (os filhos inserindo-se também na vida dos
pais), essa aproximação mútua propicia condições para o diálogo, para o
aconchego sem reservas, para o carinho na relação pais/filhos. Essas inclusões
permitem uma relação de amizade entre eles. Os pais não devem temer a quebra da
autoridade pela “inclusão do revés”, pois é nessa reciprocidade onde os filhos
sentem confiança em sanar suas dúvidas e anseios com as pessoas mais indicadas
- os seus próprios pais.
A educação
é o terceiro elemento da tríade, tão importante quanto o amor e a inclusão,
pois ela é o elemento formador de conhecimentos, de desenvolvimento à sua
cognição, de inserção nos outros grupos sociais, de convivência com pessoas de
diferentes comportamentos, e esse relacionamento amadurece o jovem para o
convívio em sociedade. Quando a criança ou adolescente sente-se realmente
incluído no “espaço escola”, ela busca formar seu segundo grupo social, e essa
manifestação social o integra às normas que o orientarão, nortearão a condutas
éticas próprias ao seu desenvolvimento. Nesse contexto há a necessidade da
família participar dessa inclusão, motivando e incentivando os filhos nas
tarefas escolares e com a participação atuante na escola dos filhos.
2ª
parte
A
mente é quem comanda.
O prazer é uma recompensa
natural que nosso corpo sempre busca.
O prazer pelo alimento;
O prazer pela vitória em um
jogo;
O prazer em assistir a um
belo filme;
O prazer pela conquista
amorosa;
O prazer pela realização de
um projeto profissional;
O prazer sexual...
E o que é o prazer?
É a descarga de adrenalina
gerada pelo nosso cérebro, propiciando uma sensação de êxtase, que o corpo
aceita e se delicia.
E isto é uma ação natural da
natureza – é fisiologicamente correto o corpo buscar e aceitar o prazer.
Adora um certo alimento? Mas
ingerir todo dia esse mesmo alimento, enjoa.
Gosta de atingir a vitória
em um jogo? Mas jogar o mesmo jogo todo dia, cansa...
Conquistou aquela pessoa
especial? Então necessita inovar, criar situações diferentes, para o
relacionamento não cair na rotina e...
Realizou um projeto? Já
parte para outro, sempre em busca da inovação...
O sexo é bom, gera prazer... Mas também
necessita de inovação, surpresa, romantismo, fantasia, para a monotonia não
murchar o relacionamento...
Assim como o corpo se
psicoadapta a um certo prazer, de forma natural, ele também procura migrar para
outras fontes, como forma contínua de se auto-realizar, e essas migrações levam
ao amadurecimento do ser humano. Isto também é natural. E isto é a trajetória
da vida!
3ª.
Parte
As
drogas psicotrópicas.
As drogas psicotrópicas
também geram prazer, e é por isto que o corpo aceita com sofreguidão as
sensações providas delas. E quando ela encontra pouso numa mente angustiada,
solitária, revoltada, insatisfeita ou curiosa, ela se instala e se apodera.
Mas, a partir desse pouso,
ocorre uma mutação mórbida. O corpo se psicoadapta a esse prazer, estagna nessa
condição, e não busca novos prazeres. É como se ele se “engessasse” à essa
situação, a esse prazer doentio.
E dessa estagnação, ocorre a
dependência psicológica: ele vicia-se somente naquele prazer, e nada mais na
vida representa fontes de alegria e realização, nem a realização de um projeto,
nem à participação de um belo jogo; um filme já não lhe desperta prazer; a conquista?
Só se for com alguém da sua “galera da pesada”...
E isto não permite o seu
crescimento, o seu amadurecimento como ser humano. Infelizmente ele estagna o
seu crescimento, porém adquire o envelhecimento precoce da mente, em um corpo
jovem...
4ª
parte
Por
que o vício estagna a trajetória da vida?
Quem não se lembra do
primeiro beijo? Da primeira paixão? Do maior sonho? Do maior medo? Da melhor
alegria numa realização? Do pior trauma?
Porque
nossas maiores sensações, aquelas mais intensas, mais fortes, são as que mais
marcam, porque as sensações mais intensas são as que se registram profundamente
na nossa memória RAM, e gravam-se profundamente na nossa memória de Longo
Prazo, e como a sensação que a droga propicia à mente é aguçada de euforia,
esse registro se torna intenso, e consequentemente o registro se forma.
Nossa
mente, no início da vida, é como um CD virgem, que vai registrando ocorrências,
umas mais profundas, outras mais superficiais, conforme as suas intensidades, formando
a sinfonia da vida.
Em
virtude das sensações advindas das drogas serem muito intensas, o registro se
torna muito profundo, intenso, e essa intensidade do registro na mente passa a
comandar o corpo, que passa a obedecer somente ao comando daquele prazer – o
prazer da droga.
5ª parte.
Caminhos norteadores.
Como proceder para que os
registros intensos das drogas não façam parte da vida dos nossos jovens?
Chegando às suas mentes
antes das drogas.
Fazendo parte das suas
rotinas antes dos traficantes.
Transformando os seus
diálogos mais interessantes que os diálogos dos aliciadores.
Propiciando registros
intensos e satisfatórios, para que eles não busquem essas intensidades nas
drogas lícitas e ilícitas.
Cultivando o diálogo;
Criando situações de carinho o lar; Quebrando as rotinas monótonas nas suas
vidas; Formando registros saudáveis; Educando os jovens a optaram pelo não uso
das drogas – através de esclarecimentos, e não através de repressões. Esta
opção deve ser DOS JOVENS, ninguém pode optar por eles, e a conscientização é a
melhor forma.
Recado da autora...
Essa postagem contém o material de centro da minha 7a obra "A mente é quem comanda", bem como trata-se do tópico mais importante do trabalho social: o alerta aos pais, para que eles cheguem ao íntimo dos seus filhos antes dos traficantes ou aliciadores...
Contato com a autora: e-mail agdademetrio@hotmail.com
Caso queira sugerir algo, fiquem à vontade...