Nossos filhos,
nosso amor.
Por um filho cometemos tantas
loucuras e tantos desatinos... É a força do sangue? É a força do coração? É a
força da mente? Do espírito?... Por ser tão inexplicável, também são
inexplicáveis nossas atitudes de mãe. Onde achamos tanta força e garra pra
lutar por nossos filhos?
Nosso coração dói e sofre as
dores dos nossos filhos, gostaríamos sempre de colher com a mão todas as suas
angústias e trazer para nós vivermos com elas e eles viverem “felizes para
sempre”. Se isto não é possível, às vezes nos sentimos impotentes por não cobri-los
com nosso manto de proteção, e com isto às vezes “abafamos” nossos filhos e não os deixamos se ramificar e
florescer, mas nossas intenções são sempre as melhores.
É muito difícil para uma mãe
deixar o filho crescer e “se desmamar”, porque temos medo que eles sofram, que
eles chorem, que eles errem, e às vezes colhemos para nós os erros de nossos
filhos, e com isto retardam o amadurecimento deles, mas mesmo assim nos
sentimos felizes por poder estar colaborando com o seu bem estar.
Mas, se para um filho é difícil “levantar
voo” para o mundo, imagine pra mãe que
fica “no galho” só olhando? Dá um vazio danado, uma solidão angustiante, um
medo que eles sejam “abatidos”, e constato que não é só o filho que tem que
amadurecer nesta nova fase, somos nós mães também que precisamos deste
amadurecimento, desta serenidade.
Os filhos veem e vão, e nós
permanecemos mães, permanecemos protetoras, fortes e frágeis, mas se o filho
der um “pio”, olha nós lá correndo, amparando, consolando, e não conseguimos
detectar de onde vem tanta força, tanta garra, tanto amor. Por mais práticas
que sejamos, somos movidas por amor quando o tema é “filhos”, pois muitas vezes
vivemos a vida deles, as alegrias deles, e esquecemos da nossa própria vida.
Muitas vezes já escondi os erros
dos meus filhos, para evitar atritos, para evitar confusão, e intimamente
talvez para mostrar a eles que continuo sendo uma super mãe, e com isto
esquecendo de cortar o “cordão umbilical”
que me liga aos meus filhos, mas sei que isto não é correto, eles têm
que viver as suas próprias vidas, amadurecer, se fortificar para enfrentar o
mundo, afinal, não vou “virar pedra”, um dia irei para outro plano, e quando eu
for, quem vai cobri-los com o manto da proteção?
Os atritos com noras serão crises
de ciúmes? Será rebeldia nossa por nossos filhos terem “nos trocado” por elas? Será despeito porque agora elas “tomaram” o nosso lugar? É bem verdade que, às vezes,
temos que dar graças a Deus por elas estarem cuidando dos nossos “folgados”? E o medo é que não estejam cuidando, estejam
descuidando da função primordial que é serem felizes.
A todas as mães eu digo.: Ame-os,
muito... muito... Mas não vamos nos eliminar como pessoa, como gente... para
viver somente em função dos filhos. Procurem ser auto suficiente emocionalmente,
para que eles não se sintam tão “carregados”, tão cobrados, procurem ser sempre
uma brisa de amor na vida dos filhos, e não um furacão de cobranças,
exigências, choradeiras.
Os filhos vieram para irem-se um
dia, e o momento da ida tem que ser tranquilo, para que eles possam ter
personalidade para trilhar os caminhos sem o fardo da culpa, para que eles
sejam homens e mulheres saudáveis de mente e de coração.
Agda Demétrio
Agda
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