sábado, 15 de junho de 2013

As drogas na adolescência - parte 1

As drogas na adolescência

Entende-se que a adolescência é uma fase inicial da vida cheia de conflitos levando-se em conta todas as transformações físicas e psicológicas em vivência. Nesta faixa etária surgem as curiosidades, a vontade de conhecer novidades, a falsa ilusão de serem donos de suas próprias vontades, porém não se leva em conta que seu intelecto ainda não está suficiente amadurecido para as tomadas de decisões, para a interpretação dúbia de convites escusos e promessas mirabolantes.
Papila (2009) define adolescência como a transição entre a infância para a idade adulta. Nem seu começo nem seu fim estão claramente definidos nas sociedades ocidentais. Ela dura cerca de uma década (geralmente dos 11 aos 20 anos). A adolescência é cheia de oportunidades para o crescimento físico, cognitivo e psicossocial, mas também de riscos para o desenvolvimento saudável, devido à imaturidade que pode levá-lo para situações antissociais. Padrões de comportamento de risco como consumo de bebidas alcoólicas, uso e abuso de drogas, envolvimentos em atividades sexuais tendem a ser estabelecidos no início da adolescência. A adolescência é uma construção social, um estágio distinto da vida, exigindo períodos mais longos de educação e de treinamento vocacional.
Toda uma vida futura depende do que foi plantado na adolescência, seus conceitos éticos, sua vivência moral, os exemplos recebidos e observados dos seus pais e irmãos mais velhos e outros adultos afins. A adolescência é a fase da construção dos pilares comportamentais, a base, o alicerce do comportamento humano. Uma base frágil propicia uma obra instável, com desvios de comportamentos e atitudes amorais, que à menor vicissitude aflora em atividades antissociais.
Papila (2009) acrescenta ainda que a adolescência oferece oportunidades para o crescimento, não somente em dimensões físicas (períodos dos “espichamento” corporal), mas também em competência cognitiva (devido a uma mente perspicaz e com pouco volume de informações e muita capacidade de armazená-las), adaptação social (sentimento de pertencimento a um grupo), autonomia (quando há um desenvolvimento emocional a contento), autoestima e intimidade, quando a família consegue transmitir e assegurar diálogo e convivência saudável. Alguns jovens têm problemas para lidar com tantas mudanças de uma vez e podem precisar de ajuda na superação dos perigos que se apresentam ao longo do caminho. A adolescência é um tempo de crescente disparidade entre a maioria dos jovens, instáveis entre a tenra idade e os direcionamentos para serem adultos realizados e produtivos.
Não basta somente o adulto responsável alegar que já orientou o adolescente nos caminhos a serem seguidos, há a responsabilidade de acompanhar, guiar e continuar orientando, para inserção de forma definitiva dos conceitos transmitidos, para que esses ensinamentos se registrem de forma definitiva nas mentes em formação, nos intelectos em transição, não somente por palavras, mas por atos, fatos e exemplos vivenciados.

Algumas pesquisas observadas por Papila (2009) atribuem o aumento da sensibilidade emocional e o mau humor do começo da adolescência aos desenvolvimentos hormonais. Efetivamente, as emoções negativas como o sofrimento e a hostilidade, bem como os sintomas de depressão, tendem a surgir à medida que a puberdade progride. No entanto, outras influências como sexo, idade, temperamento e tempo de puberdade, podem moderar, ou mesmo eliminar as influências hormonais, que se eleva para níveis adultos, diminuindo as tão conhecidas instabilidades e inconstâncias tão características da adolescência, com suas alternâncias de humores e vontades, e são nessas alterações hormonais e comportamentais que ocorrem o aliciamento aos nossos jovens, aproveitando-se de suas fragilidades emocionais e suas instabilidades comportamentais, suas rebeldias tão comentadas nos dias atuais.
                 Os círculos de amizades que vão se formando nas escolas, nos clubes, nas festinhas, e esses círculos costumam ter uma influência psicológica muitas vezes mais impressionante e mais marcante que os conceitos familiares que foram inseridos na sua formação cultural, tal fato tendo como direcionamento a vontade do adolescente a pertencer a um grupo com idade similar à sua, pois têm o mesmo “dialeto da juventude”, as mesmas instabilidades emocionais, a mesma visão geral do mundo adolescente, e são esses círculos de amizades que deverão ser “supervisionados” pelos pais, de forma honesta, com clareza, sem subterfúgio, agressões ou constrangimentos para com os filhos, dialogando e mostrando os motivos dessa necessidade de aprovação.


Trechos do livro:   Drogas: Prazer e Morte.
Autora: Agda Meneses
agdamenesesvd@gmail.com


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