Dependências físicas e psicológicas na
adolescência.
Papalia (2009) alerta que drogas
viciantes são essencialmente perigosas para os adolescentes porque estimulam
partes do cérebro que estão em mudança na adolescência. Quanto mais cedo os
jovens começam a usar drogas, mais frequentemente estarão propensos a usá-la e
maior será a tendência a abusar dela.
Chico
Jr (1983) esclarece ainda que a dependência física consiste na adaptação
fisiológica do corpo à presença de uma droga. No efeito, o organismo desenvolve
uma contínua necessidade da droga. Uma vez estabelecida a dependência, o corpo
reage com sintomas previsíveis se a droga for bruscamente retirada, provocando
a chamada crise de abstinência. A natureza e severidade dos sintomas de
retirada dependem do uso diário e do nível atingido. Ora, se as drogas provocam
todas essas alterações fisiológicas num corpo adulto, supõe-se realisticamente
que num corpo adolescente, em formação, tanto física como psicologicamente, as
drogas destroem todo o processo de desenvolvimento, as defesas naturais do
emocional, gerando bloqueios que interferem no familiar e social desse
adolescente.
Chico
Jr (1983) ressalta ainda que a dependência psicológica é o efeito adicional do
uso da droga provocada pela necessidade de satisfazer uma exigência emocional
ou pessoal do indivíduo. Esse efeito não se liga a nenhuma dependência física,
embora esta possa reforçar a dependência psicológica. Observa-se que, se a
dependência física já provoca uma grande devastação no adolescente,
pressupõe-se que a dependência psicológica mutila e arrasa de forma
avassaladora, porque o organismo segue o comando da mente, e se ela encontra-se
“enferma” pela escravidão da droga, essa mente dificilmente encontra forças
para reagir e superar essa prisão psicológica.
Nosso
corpo e nossa mente são regidos automaticamente pela busca do prazer e a
dependência psicológica é quando o organismo só sente prazer nas sensações
advindas da droga, daí o imenso prejuízo psicológico num corpo adolescente,
que, em situações normais já sofre os abalos das sensações desencontradas
daquela idade, analisa-se então a destruição avassaladora que a droga provoca
nesse adolescente dependente de drogas psicotrópicas.
Potencialização das drogas no organismo.
Chico
Jr (1983) alerta ainda para a potenciação (ação combinada de duas ou mais
drogas) incorrendo nos riscos à saúde, pois a soma dos efeitos de cada uma
tomada conjuntamente (exemplo: álcool + maconha) é potencialmente maior que
consumidos individualmente, produzindo distúrbios gastrintestinais, náuseas,
vômitos, tontura e desmaio, principalmente se a pessoa estiver mal alimentada.
Na verdade, nunca se deve potenciar álcool com nenhuma outra droga.
Mesmo
que os adolescentes sejam capazes de raciocínio lógico (e muitos não são), eles
nem sempre o utilizam nas suas tomadas de decisões. Isto é especialmente
verdadeiro em situações altamente emocionais. Os adolescentes são propensos ao
comportamento arriscado. Por limitações cognitivas ou por experiências de vida
limitadas, eles pensam menos sobre hipotéticas consequências futuras e mais
sobre recompensas imediatas. (PAPALIA, 2009 p. 427)
O
imediatismo da adolescência leva-os à drogadição e à dependência física e
psicológica, no intuito de satisfazer sua necessidade de emoções fortes, de
prazer absoluto, em detrimento à saúde psíquica e emocional que a vida
proporciona a um corpo saudável. Pela coragem exacerbada de enfrentar perigos
conhecidos (como é a droga), sem medo de um futuro comprometedor, jovens e
adolescentes não possuem a precaução, o receio das consequências lógicas e trágicas
que a droga proporciona, inclusive ministrando-se de forma combinada o álcool à
outra droga, incorrendo inclusive no risco a uma overdose.
Atividades físicas na adolescência.
Conforme
relata Papalia (2009), os exercícios, ou a falta deles - afetam tanto a saúde
física quanto a saúde mental. A prática frequente de esportes melhora a força e
a resistência, ajuda a construir ossos e músculos saudáveis, ajuda no controle
de peso, reduz a ansiedade e o estresse e aumenta a autoestima, as notas na
escola e o bem-estar. Diminui também a probabilidade de um adolescente
participar de atividades que envolvam comportamentos arriscados.
Não
significa que, se o adolescente praticar esportes não vá se envolver com
drogas, porém o esporte propicia uma gama de atividades que direcionam o jovem
a ter uma mente mais saudável, com atitudes construtivas, afastando-o do mundo
das drogas.
Desenvolvimento psicossocial na
adolescência
Ainda
segundo Papalia (2009), a adolescência é um tempo de oportunidades e riscos. Os
adolescentes estão no limiar do amor, do mundo do trabalho, da participação na
sociedade dos adultos, e, infelizmente, também no limiar da ocorrência ilícita
das drogas, sempre na busca por sua identidade pessoal, e essa identidade se
forma à medida que os jovens resolvem três questões principais: a escolha de
uma ocupação, a adoção de valores nos quais se basear e o desenvolvimento de
uma identidade sexual satisfatória. Como adolescentes, eles precisam encontrar
maneiras construtivas de usar essas habilidades. Quando os jovens têm problemas
em definir uma atividade ocupacional – ou quando suas oportunidades são
limitadas – eles podem se envolver em comportamentos com sérias consequências
negativas, como atividades criminosas ou gravidez precoce.
Adolescentes
que resolvem satisfatoriamente a crise de identidade desenvolvem a virtude da
fidelidade: lealdade constante, fé ou sentimento de pertencer a alguém querido
ou a amigos e companheiros. A fidelidade também pode significar identificação
com um conjunto de valores, uma ideologia, uma religião, um movimento político,
uma ocupação criativa.
Em
conhecimento de tais prerrogativas, os aliciadores procuram “abocanhar” cada
vez mais cedo essa parcela de consumidores, porque sabem que, quanto mais cedo
trabalhar o aliciamento nessa faixa etária, mais facilidades terão na missão,
porque os intelectos ainda não estão bem amadurecidos. Falsas promessas de
“felicidade” podem iludir o adolescente a um mundo muitas vezes sem volta, que é
o mundo enganoso das drogas.
Trechos do livro: Drogas: Prazer e Morte
Autora: Agda Meneses
agdamenesesvd@gmail.com
Trechos do livro: Drogas: Prazer e Morte
Autora: Agda Meneses
agdamenesesvd@gmail.com
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