quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um grito de medo


Estou com medo.


Estou com medo de recomeçar. O futuro me apresenta como uma estrada sinistra, com curvas perigosas e retas mortais. Não sei o que fazer, porque o medo está bloqueando minha mente. Meu corpo está cansado, porque sinto que caminhei muito e estou morrendo na praia.

Senhor, não me deixe fraquejar, porque até hoje fui uma mulher forte. Venci todas as batalhas que me foram apresentadas pela vida, mas agora estou com medo. Medo de fracassar, medo de não achar forças, medo de não achar saída para os obstáculos que virão a mim.

Muitas pessoas dependem de mim, não sou única nesta caminhada, e isto torna minha cruz ainda mais pesada. Sinto vergonha de ter medo, mas hoje criei coragem para admiti-lo, e agora que admiti, não sei o que fazer, como agir, nem como pensar, porque até pensar dói... Uma dor interior muito grande.

Ao olhar pela minha janela, sinto que a vida continua, independente da minha dor, independente do meu medo, e sinto que sou somente um grãozinho de areia nesta grande praia da vida.  As areias da vida tornam as passadas cansadas.

Acredito que chegou a hora de prostrar os joelhos ao chão e pedir luz e força, porque somente o “Homem lá de Cima” pode me iluminar para que eu permaneça sendo luz e guia para meus filhos, meu esposo, meus amigos e familiares.

Senhor, na minha maior humildade, no meu maior momento de agonia, te peço ajuda, te peço forças, porque somente Tu tem Todo o Poder para me ajudar, para me mostrar o caminho da Luz, para que eu possa prosseguir a caminhada, porque sinto que ainda não é hora de interromper a minha caminhada.

Muitos passos ainda terei que dar para me sentir realizada, para sentir que cumpri minha missão na terra. Deus, me ajude, me conceda aquela força que sempre tive, meus poderes de Agda, porque, mesmo nas adversidades, sempre achei “aquele jeitinho brasileiro” e contornei todos meus obstáculos.

Sempre nas minhas vitórias eu soube olhar pra trás e às vezes me surpreender pelo tamanho das passadas, então porque agora estou com medo de dar um pulinho? Onde perdi minhas forças? Onde minha luz se apagou?  Não, Senhor, não deixe minha “lamparina” se apagar, porque, até a menor luz pode iluminar a caminhada quando o caminho está em trevas.

Senhor, espero que a centelha da Tua Grande Luz reacenda a minha pequena lamparina, porque sem a Sua Luz Guia meu caminho fica em trevas, e eu dependendo pelo menos de uma pequena Luz Tua para reacender a chama da minha fé e da minha esperança.

Preciso de esperança, e para ter esperança eu preciso de fé, e para vir esta fé eu preciso abrir novamente meu coração para que Tu possa entrar e guiar meu caminho, como tem feito até agora. Sinto que ainda não é o momento da minha luz se apagar, porque ainda QUERO CONTINUAR, quero prosseguir, quero ter riso, saúde, amor e alegria, e pra isto eu preciso da TUA MÃO.

Ó MEU DEUS, faça com que a brisa calma e suave do sopro do Seu Amor entre novamente e eu volte a ser mãe guerreira, esposa forte, amiga fiel, se isto for a TUA VONTADE, porque, na minha pequenez, eu talvez não esteja vendo ou aceitando que é a hora da fragilidade na minha vida, mas eu tenho medo de ser frágil.

Talvez a força maior agora seja exatamente ser pequena, ser dependente total de Tua Ajuda, então, por favor MEU DEUS, me dê forças para que eu suporte ser frágil e pequena, para que eu possa sempre Te Amar e Te Aceitar, e que eu seja forte o suficiente para aceitar a minha pequenez, porque eu tenho que aceitar que “SEJA FEITA A SUA VONTADE”,

Sempre rezei melhor com os dedos, transmitindo o que vai no meu coração pelas teclas do computador, e neste momento eu digito.: Pai Nosso que estais no Céu... e na terra, e próximo a mim, me faça aceitar com sabedoria tudo o que está por vir, e agradecer tudo o que tive até aqui, pois milhões de pessoas nunca tiveram o que tenho e nunca sentirão as alegrias que já senti até aqui.

Obrigado Senhor, pelo que fui, pelo que sou, e pelo que serei no futuro, porque a Ti devo minha vida e minhas vitórias, sem Sua Luz eu não teria chegado aonde cheguei, eu não teria um espírito capaz de aceitar tudo o que virá. Que até as lágrimas que eu venha a derramar seja somente para purificar todo o meu ser, e nunca maldizer as dores e mazelas da vida, porque, além da vida há Deus.

Obrigada Senhor...

 (Um grito de medo, porque estou doente, porque estou saindo da minha vida profissional, porque estou me sentindo sozinha e insegura.)



domingo, 8 de julho de 2012

Nossos filhos nosso amor.


Nossos filhos, nosso amor.

Por um filho cometemos tantas loucuras e tantos desatinos... É a força do sangue? É a força do coração? É a força da mente? Do espírito?... Por ser tão inexplicável, também são inexplicáveis nossas atitudes de mãe. Onde achamos tanta força e garra pra lutar por nossos filhos?

Nosso coração dói e sofre as dores dos nossos filhos, gostaríamos sempre de colher com a mão todas as suas angústias e trazer para nós vivermos com elas e eles viverem “felizes para sempre”. Se isto não é possível, às vezes nos sentimos impotentes por não cobri-los com nosso manto de proteção, e com isto às vezes “abafamos”  nossos filhos e não os deixamos se ramificar e florescer, mas nossas intenções são sempre as melhores.

É muito difícil para uma mãe deixar o filho crescer e “se desmamar”, porque temos medo que eles sofram, que eles chorem, que eles errem, e às vezes colhemos para nós os erros de nossos filhos, e com isto retardam o amadurecimento deles, mas mesmo assim nos sentimos felizes por poder estar colaborando com o seu bem estar.

Mas, se para um filho é difícil “levantar voo”  para o mundo, imagine pra mãe que fica “no galho” só olhando? Dá um vazio danado, uma solidão angustiante, um medo que eles sejam “abatidos”, e constato que não é só o filho que tem que amadurecer nesta nova fase, somos nós mães também que precisamos deste amadurecimento, desta serenidade.

Os filhos veem e vão, e nós permanecemos mães, permanecemos protetoras, fortes e frágeis, mas se o filho der um “pio”, olha nós lá correndo, amparando, consolando, e não conseguimos detectar de onde vem tanta força, tanta garra, tanto amor. Por mais práticas que sejamos, somos movidas por amor quando o tema é “filhos”, pois muitas vezes vivemos a vida deles, as alegrias deles, e esquecemos da nossa própria vida.

Muitas vezes já escondi os erros dos meus filhos, para evitar atritos, para evitar confusão, e intimamente talvez para mostrar a eles que continuo sendo uma super mãe, e com isto esquecendo de cortar o “cordão umbilical”  que me liga aos meus filhos, mas sei que isto não é correto, eles têm que viver as suas próprias vidas, amadurecer, se fortificar para enfrentar o mundo, afinal, não vou “virar pedra”, um dia irei para outro plano, e quando eu for, quem vai cobri-los com o manto da proteção?

Os atritos com noras serão crises de ciúmes? Será rebeldia nossa por nossos filhos terem “nos trocado” por elas?  Será despeito porque agora elas “tomaram”  o nosso lugar? É bem verdade que, às vezes, temos que dar graças a Deus por elas estarem cuidando dos nossos “folgados”?  E o medo é que não estejam cuidando, estejam descuidando da função primordial que é serem felizes.

A todas as mães eu digo.: Ame-os, muito... muito... Mas não vamos nos eliminar como pessoa, como gente... para viver somente em função dos filhos. Procurem ser auto suficiente emocionalmente, para que eles não se sintam tão “carregados”, tão cobrados, procurem ser sempre uma brisa de amor na vida dos filhos, e não um furacão de cobranças, exigências,  choradeiras.

Os filhos vieram para irem-se um dia, e o momento da ida tem que ser tranquilo, para que eles possam ter personalidade para trilhar os caminhos sem o fardo da culpa, para que eles sejam homens e mulheres saudáveis de mente e de coração.
Agda Demétrio


Agda

domingo, 1 de julho de 2012

A maturidade do NÃO


A maturidade do não.
Sabe o que é maturidade? É fazer o que quer, sem se preocupar com “o que vão pensar”, desde que isto não atinja negativamente o próximo.
Passamos boa parte de nossa vida fazendo o que vai agradar a fulano ou beltrano, quando na verdade nós deveríamos viver a própria vida, porque a felicidade, o prazer, a alegria, é vivida pelo EU, e não pelos outros, mas é tão difícil ir contra preceitos que nortearam nossa vida desde o nascimento.
Aprendi isto somente quando passei dos 50 anos, e hoje procuro a “minha alegria”, a “minha realização”, o “meu projeto de vida”, porque já passei da fase de viver a vida do marido, dos filhos, da sociedade,  porque “é bonito” ser assim ou assado.
Hoje já não tenho medo de dar uma virada no guarda roupa ou elaborar uma nova rotina na minha vida, levando-se em conta o meu próprio bem-estar. Já não me sinto constrangida por usar um montão de cremes pra clarear o rosto, a usar unhas desenhadas, ou a descer para o trabalho um pouco mais tarde porque quero curtir um pouco mais meu banho da manhã.
Já não quero correr mais contra o relógio, se já estou na linha descendente da vida (tenho 50 anos e pretendo chegar aos 100), então é hora de apreciar cada momento da minha vida, quero sentir melhor o gosto do café (sem queimar a língua devido à pressa), quero apreciar melhor aquele capítulo do livro sentada no vaso sanitário, quero alongar melhor o corpo na hora de acordar, afinal, 50 anos exige melhores cuidados com o corpo.
Aprendi a dizer NÃO para muitas coisas e muitas pessoas, e estou aprendendo a não ter vergonha ou constrangimento disto. Dizer Não pra aquela pessoa que te olha e te enxerga somente como um cofre, Não pra aquela pessoa que faz seu ouvido de penico. Está na hora para eu começar a viver a minha própria vida.
Mas aprender a dizer NÃO é também uma ciência, não basta somente decidir e... PAM... acontecer, pois é uma decisão difícil, por isto que a maturidade tem que vir munida de certeza. É isto mesmo que eu quero? Quero viver primeiramente em função de mim mesma, ou viver em função dos outros? O que deve vir em primeiro lugar? Eu decidir viver primeiramente em função de mim mesma, porque se eu não me amar incondicionalmente eu não poderei me apaixonar por mim mesma, vou ser sempre a segunda da fila, e eu quero ser a PRIMEIRA.

Agda