domingo, 1 de julho de 2012

A maturidade do NÃO


A maturidade do não.
Sabe o que é maturidade? É fazer o que quer, sem se preocupar com “o que vão pensar”, desde que isto não atinja negativamente o próximo.
Passamos boa parte de nossa vida fazendo o que vai agradar a fulano ou beltrano, quando na verdade nós deveríamos viver a própria vida, porque a felicidade, o prazer, a alegria, é vivida pelo EU, e não pelos outros, mas é tão difícil ir contra preceitos que nortearam nossa vida desde o nascimento.
Aprendi isto somente quando passei dos 50 anos, e hoje procuro a “minha alegria”, a “minha realização”, o “meu projeto de vida”, porque já passei da fase de viver a vida do marido, dos filhos, da sociedade,  porque “é bonito” ser assim ou assado.
Hoje já não tenho medo de dar uma virada no guarda roupa ou elaborar uma nova rotina na minha vida, levando-se em conta o meu próprio bem-estar. Já não me sinto constrangida por usar um montão de cremes pra clarear o rosto, a usar unhas desenhadas, ou a descer para o trabalho um pouco mais tarde porque quero curtir um pouco mais meu banho da manhã.
Já não quero correr mais contra o relógio, se já estou na linha descendente da vida (tenho 50 anos e pretendo chegar aos 100), então é hora de apreciar cada momento da minha vida, quero sentir melhor o gosto do café (sem queimar a língua devido à pressa), quero apreciar melhor aquele capítulo do livro sentada no vaso sanitário, quero alongar melhor o corpo na hora de acordar, afinal, 50 anos exige melhores cuidados com o corpo.
Aprendi a dizer NÃO para muitas coisas e muitas pessoas, e estou aprendendo a não ter vergonha ou constrangimento disto. Dizer Não pra aquela pessoa que te olha e te enxerga somente como um cofre, Não pra aquela pessoa que faz seu ouvido de penico. Está na hora para eu começar a viver a minha própria vida.
Mas aprender a dizer NÃO é também uma ciência, não basta somente decidir e... PAM... acontecer, pois é uma decisão difícil, por isto que a maturidade tem que vir munida de certeza. É isto mesmo que eu quero? Quero viver primeiramente em função de mim mesma, ou viver em função dos outros? O que deve vir em primeiro lugar? Eu decidir viver primeiramente em função de mim mesma, porque se eu não me amar incondicionalmente eu não poderei me apaixonar por mim mesma, vou ser sempre a segunda da fila, e eu quero ser a PRIMEIRA.

Agda

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