terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Onde nos perdemos?

Onde nos perdemos?

No início, tudo era bom...
Aquela vontade gostosa de ficar junto, de sentir o cheiro, o tato, o afago, um agrado, o segredo do corpo e da alma.
Sempre se quer saber mais do parceiro, sempre quer descobrir coisas, pensamentos, fatos, quer agradar, impressionar  e amar.
A vida é reconstruída de tijolos de sonhos, lutas, idealizações, decepções, recomeços. Reinício após o tropeço, comemorações após as vitórias.
Tudo são fatos e atos para solidificar uma relação. Para unir duas pessoas. Para a homogeneidade do casal. Só que a receita se perde e a relação se desgasta.
Um momento, de repente, se descobre que tudo murchou, aí vem a pergunta.: Onde nos perdemos? Os sonhos já não são os mesmos, os ideais são opostos, o vazio é profundo e a alma dói. Não pelo outro, não por si, mas por um terceiro elemento.: A relação.
E vem o questionamento.: O que fiz até aqui? O que aconteceu com nós dois?  Olha pra dentro de si mesmo e descobre um profundo vazio, e sente que falhou. Mas onde? Mas quando? Mas como?  Qual foi o momento em que nossas mãos do sentimento se desgarraram?
Será que foi quando os filhos cresceram? Quando engordei... 15  quilos? Quando o comprometimento financeiro ficou muito alto? Quando me afoguei no trabalho? Quando lhe veio a crise da meia idade?  A menopausa? A dor nas juntas? Os “ esses “  da vida moderna, onde a mulher tem seu campo de trabalho a conquistar palmo a palmo?
Toda a caminhada foi preparada para solidificar o relacionamento, como reservas de experiência para atravessar mais esta fase da vida, mas o significado se foi, a vontade ficou para trás, o sentimento murchou. E agora? Abandona o barco ou tenta um resgate? Para o resgate falta o objetivo, a vontade, e para o abandono falta a coragem, ou o medo do recomeço.
Nos perdemos no momento em que esquecemos de cultivar o que já estava  germinado. Nada floresce sem  o adubo da inovação e da criatividade. Não falo somente do sexo, falo de diálogo, de quebra de rotina, de amplitude nos objetivos, da larga visão do mundo, não ser como o boi ou a vaca de viseira, que só enxerga naquela direção. O sexo  é importante, mas é somente um complemento, a vida é uma gama muito maior que somente a realização carnal.
É neste momento em que se descobre que para viver, é necessário um ingrediente básico chamado sonhos. Precisamos reaprender a sonhar,  pois são através dos sonhos, dos objetivos, que se encontra motivações. E são as motivações que nos faz levantar da cama pela manhã com a mente cheia de planos, a adrenalina na corrente sanguínea, e sentir que a vida é cheia de surpresas.
E a coragem para recomeçar se busca na fé. No poder do Infinito, no Deus Supremo, porque se você deixar Deus entrar no seu coração, a vontade acontece.
Mas não basta somente a fé ou somente uma vontade, tem que ser o desejo dos dois. Uma relação a dois se baseia no querer dos dois. Somente um não toca uma relação.
Também não devemos culpar a Deus. ¨Foi Deus que quis assim...¨, pois esta é a desculpa básica daqueles que não querem lutar por seus objetivos. Deus nos deu o livre arbítrio para nossas próprias escolhas, não é justo culpá-Lo por nossos fracassos.

Todo casamento merece tentativas e lutas para ser resgatado, porque laços matrimoniais não se dissolvem sem deixar seqüelas, marcas e manchas, e essas marcas deixam mais marcas.

Toda relação merece o afago da tentativa, o toque da esperança, o resgate do casamento deverá ser tentado até esgotar-se todas as tentativas, mas o objetivo final deverá ser dos dois. Não basta somente a mulher ou somente o homem tentar, isto é o mistério do “conjunto”, o ingrediente do recomeço deverá ser temperado pelos dois.

Quando o vazio bater fundo, bem fundo, é hora de suprir este vazio com diálogo, e não ser visionária, ser realista, e também saber quando é hora de parar, de partir para outro caminho ou outra relação.

Agda.

Se esta postagem te transmitiu o espelho da sua verdade, e quiser bater um papo, meu e-mail é.: agdademetrio@gmail.com

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